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Capítulo 7 – Amigos


Hmm… Como é bom comer!!! – Zoro falou satisfeito. Suas feições estavam mais amistosas. Em parte por estar extremamente feliz por voltar a comer e em parte por já não estar usando a bandana escura, que quando amarrada em sua cabeça, lhe dava uma terrível aparência. Agora, a bandana estava presa em seu braço direito, deixando assim, o incomum cabelo verde do caçador de piratas à vista – Nove dias sem comer nada! Já não estava aguentando mais!!

Todo o grupo estava sentado à mesa, almoçando na casa de Rika, a garotinha da vila.

– Se você está desse jeito… Então… Não iria aguentar um mês preso mesmo! – Luffy provocou Zoro entre uma garfada e outra.

– E por que você tá parecendo mais esfomeado do que eu? – Zoro rebateu vendo a pilha de pratos que Luffy acumulava ao seu lado.

– Desculpe o incômodo senhora… – Koby disse sem graça, à mãe da garotinha – Até eu acabei me servindo…

– Que isso, fiquem à vontade! Afinal de contas vocês salvaram a cidade! – A mãe de Rika respondeu alegremente.

– Moço… – A garotinha foi até o lado de Luffy e continuou – Eu sabia que você era forte!!

– Ah, eu sou mesmo. – Luffy respondeu de boca cheia – E vou ser muito mais! – Sorriu para a garotinha.

– Mas e aí? – Zoro interrompeu – Para onde vamos agora?

– Eu tô querendo ir pra Grand Line. – Luffy respondeu animadamente.

– O quê?! De novo você com essas ideias malucas? – Koby falou exaltado – Se aventurar pela Grand Line com apenas duas pessoas na tripulação? Isso e o mesmo que ir pra morte certa! Você não entende?! Os piratas mais temidos do mundo estão naquele lugar!!!

– Bom, se é pra encontrar o One Piece, a gente vai ter que ir por essa rota, certo? – Zoro falou tranquilamnte – Então vamos.

– Como assim, “vamos”? Até você Zoro-san?!! – Koby perguntou.

– Vou… Mas por que tá tão nervoso? Você nem vai com a gente… – Zoro respondeu.

– Não, não vou!  Mas estou preocupado! Não posso? – Koby disse nervoso – Algum problema de eu me preocupar com vocês?! 

– Não… Tudo bem, mas… – O espadachim respondeu sem graça.

– Luffy-san! Nós dois nos conhecemos há pouco tempo…  – Koby falou com vergonha, para Luffy – Mas somos amigos não é?

– Ah, sim. Talvez a gente não se veja mais, mas vamos sempre ser amigos! – Luffy respondeu com um enorme sorriso.

– Eu… Nuca tive amigos, desde pequeno… – Koby falou encabulado – Muito menos alguém que lutasse por mim!  Isso porque eu mesmo nunca lutei por nada nem ninguém!  Mas com vocês dois, eu aprendi… – Seu tom de voz agora parecia muito mais confiante – Aprendi a viver pelas coisas em que acredito!!!

– É isso aí Boby! E é por isso que eu vou pra Grand Line. – Luffy falou decididamente.

– Não! Não é isso o que eu estou querendo dizer! É que é muita imprudência irem agora… – Koby retrucou.

– Porque você não se preocupa mais com você mesmo, hein? – Zoro falou alertando o garoto de cabelos roxos – Porque por mais que você tenha sido raptado e obrigado a trabalhar, o fato é que você ficou no navio da pirata Alvida por dois anos. Melhor não subestimar as fontes da marinha, viu? Porque quando eles souberem disso, nunca vão acetar o seu alistamento. 

Com licença! – Uma voz chamou do lado de fora da casa e  interrompeu a conversa. Um marinheiro de cavanhaque e com um boné com o logotipo da marinha abriu a porta – Recebemos uma denúncia de que vocês são piratas… – O marinheiro falou enquanto entrava – Isso é verdade?

– Bom, já que agora eu arranjei o primeiro integrante do meu bando, acho que já posso falar que somos piratas sim! – Luffy falou satisfeito.

– Independente dos métodos que usaram, a verdade é que vocês salvaram a nossa base e esta cidade. E somos todos muito gratos por isso… – O líder dos marinheiros continuou falando – Contudo, nós, como homens da marinha… Não podemos ignorar piratas. No entanto, ara demonstrar que não somos totalmente ingratos, não comunicaremos o quartel-general, mas vocês terão que partir imediatamente daqui. 

– Então… Vamos. – Luffy disse tranquilamente e então se levantou da mesa e se dirigiu a saída. Zoro o seguiu. Ambos nem sequer olharam para Koby – Obrigado pela comida tia. – Falou ao passar pela mãe de Rika.

– Luffy-san… – Foi a única coisa que Koby, que ficou paralisado junto a mesa, conseguiu falar ao ver os dois partirem.

– E você, não e amigo deles? – O marinheiro de cavanhaque perguntou para Koby.

– Hã?! Eu? Eu… – O aspirante a marinheiro ficou gaguejando enquanto se lembrava de udo que tinha acontecido. Com muito pesar, conseguiu soltar mais algumas palavras – Eu e eles.. Não somos amigos, não!!!

Na porta, enquanto saiam, Luffy sorriu disfarçadamente.

– Eí! Esperem um pouco!! – O líder dos marinheiros gritou para os dois piratas que estavam saindo – Isso que ele falou é verdade?

– Já que perguntou… – Luffy respondeu depois de pensar por alguns segundos e então apontou para Koby – Eu sei de onde esse cara veio, viu?

– Luffy-san?! – Koby falou assustado.

– Não me lembro bem em que ilha era… – Luffy continuou – Tinha uma pirata gordona, acho que o nome dela era Alvida…

– Eí! Pare com isso! – Koby reclamou inquieto.

– Era uma velha horrorosa… – Luffy continuou contando – Mas teve alguém que trabalhou com ela por mais de dois anos…

– Pare com isso! Pare com isso! – Koby gritou exaltado. Só conseguia pensar que se os marinheiros descobrissem que ele já estivera num navio pirata, nunca o aceitariam – Pare com isso!!! – Então não conseguiu se controlar mais e avançou na direção de Luffy e lhe deu um soco na cara.

– Você me bateu, é? – Luffy sorriu mas logo em seguida, começou a contra-atacar o aspirante a marinheiro com vários socos – Toma essa maldito!

– Já chega!!! – O líder dos marinheiros falou – Não permitirei mais baderna nesta cidade!!

– Ô, não exagera. – Zoro falou e então se dirigiu ao Luffy e o puxou para interromper a briga – Já chega.

– Já me convenci de que vocês não são amigos! – O marinheiro de cavanhaque falou – Portanto, vocês dois, saiam já desta cidade!!!

Estatelado no chão, Koby observou seus dois novos amigos saírem e pensou: “Foi de propósito! O Luffy-san me provocou de propósito! Só pra eu bater nele! De novo… Até o último momento, acabei sendo salvo por ele! Eu não mudei nada! O que eu sou? Um idiota?! E se eu não conseguir mudar alguma coisa agora, serei o mesmo idiota de sempre!!!” E então resolveu tomar uma atitude. Se levantou e foi até o líder dos marinheiros.

– Senhor! Eu gostaria de me alistar na marinha, senhor! – Koby falou ao se se inclinar perante ao marinheiro fazendo uma reverência – Farei qualquer serviço com o maior prazer!! Tudo pra ser um marinheiro de sua corporação!

– Comandante! – Um outro marinheiro que estava à porta interveio – Eu sou contra! Sinto dizer, mas eu não consigo confiar completamente nele. Existem casos em que piratas em que piratas se alistam na marinha como espiôes. Primeiro precisamos investigar suas origens e… 

– Mas eu… – Koby subitamente interrompe o marinheiro e enfaticamente continuou – Eu nasci pra ser um oficial da marinha!!!

Ao verem o garoto de cabelos roxos se exaltando, todos ficaram quietos e esperaram o líder tomar uma atitude.

– Nos últimos tempos, perdemos muitos companheiros para os piratas… – O marinheiro de cavanhaque falou – Não ache que será fácil. – Ajeitou o boné na cabeça – Dito isso, autorizarei o seu alistamento. 

– Sim senhor! Muito obrigado senhor! – Koby respondeu emocionado.

——

– Que péssimo ator você é. – Zoro comentou com Luffy enquanto os dois, no porto, preparavam para a partida, o barco que trouxe Luffy e Koby para a cidade – Duvido que eles tenha se convencido.

– O Koby se vira. Ele vai dar um jeito! – Luffy respondeu.

Nesse momento, mais uma pessoa chegou naquele cais que até o momento só estava ocupado elos dois piratas.

– L… L… Luffy-san!!! – Koby gritou assim que colocou os olhos no pirata de chapéu de palha – Muito obrigado!!! – Então prestou continência para seus dois amigos – Jamais me esquecerei do que fez por mim!!!

– Nunca ouvi falar de um pirata que tem a gratidão de um marinheiro. – Zoro falou brincando com Luffy.

– Shi! Shi! Shi! Shi! – Luffy riu e então gritou para o pequeno aprendiz de marinheiro – A gente se vê por aí Koby!!!

Enquanto Koby estava ali prestando continência, em sinal de respeito à seus amigos que pariam, inesperadamente, dezenas de pessoas apareceram por trás dele e tomaram por completo o pequeno cais do porto daquela cidade.

– Continência! – Uma voz conhecida ordenou.

Logo, Koby pode perceber que quem ordenava era o marinheiro de cavanhaque. Virou-se e viu que todos os marinheiros da base estavam ali, prestando continência em respeito aqueles dois piratas que salvaram a cidade da tirania do Capitão Morgan e seu filho. No entanto, não eram só os marinheiros que haviam ido se despedir do espadachim e do garoto com chapéu de palha. Misturado aos homens da marinha, a maior parte dos moradores da cidade acenavam e gritavam palavras de gratidão para os dois salvadores da cidade.

Nesse clima amistoso, Luffy e Zoro entraram em seu pequeno barquinho e zarparam em busca de novas aventuras. Enquanto a pequena embarcação se distanciava, os habitantes permaneciam no porto zelando pelo caminho dos dois piratas. Quando o barco sumiu no horizonte, o líder dos marinheiros quebrou o reverente silêncio que pairava no ar.

– Você tem bons amigos. – Falou para Koby.

– Sim, senhor! – Koby respondeu tentando esconder as lágrimas que caiam por seu rosto desde que o barco zarpara.

– A continência que batemos agora vai contra todas as normas de conduta da marinha! – O marinheiro de cavanhaque gritou para o resto dos marinheiros – Como punição, ficaremos todos sem refeição por uma semana!!!

– Sim, senhor!!! – Todos responderam em uníssono.

Lá longe, no meio do mar, além do horizonte, Luffy gritou animado.

– Uhuuul! Lá vamos nós!! Pra Grand Line!!!

E assim, o pequeno barco prossegue viagem, agora com o primeiro companheiro do bando, Zoro, o Caça-Piratas, a bordo. Com um pequeno grave problema que ainda não haviam percebido naquele momento.

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Capítulo 6 – O primeiro do bando


Luffy levantou os braços e comemorou.

Oba! Então você entra pro meu bando?

– Tá bom! Mas agora me desamarra!! – Zoro falou impaciente.

Do outro lado da praça de execução, os marinheiros ainda se recuperavam do choque de verem suas balas serem rebatidas por aquele garoto de chapéu de palha. Muitos se feriram e todos se paralisaram com o susto.

– O quê… O quê que foi isso?! – Um dos marinheiros falou completamente perplexo – Ele rebateu todos os tiros?!!

– Esse moleque… – O Capitão Morgan finalmente falou – Ele não é um ser humano comum… Ele deve ter comido alguma akuma-no-mi… – Foi então que percebeu o que o garoto com chapéu de palha estava fazendo – Eí! Ele está soltando o Zoro! – Exclamou surpreso e virou para seus homens – Se as balas não funcionam, usem as espadas!!!

Após receberem as ordens, todos os marinheiros que ainda estavam em condições de lutar, sacaram suas espadas e correram em direção aos rebeldes. Enquanto isso, Luffy ainda tentava desfazer o nó que prendia o seu mais novo companheiro.

Ah droga! Tá apertado! Isso não sai! Quem foi que deu esse nó? – O pirata reclamava para si mesmo, frustrado por não conseguir soltar o caçador de piratas.

Vai! Mais rápido! – Zoro pressionava Luffy ao ver que os marinheiros haviam acabado de sacar suas espadas.

Peraí! Não me apressa! – Luffy rebateu.

Como não ter pressa numa situação dessas, hein?! – Zoro respondeu cada vez mais nervoso.

Opa! Consegui desamarrar um dos braços! Olha só! – O pirata falou todo contente enquanto segurava um pedaço da corda na mão.

Tá idiota! Agora passa minha espada pra cá! – Zoro falou afoito. Os marinheiros estavam cada vez mais próximos.

Nessa hora, Koby que até então estava desmaiado no chão, acordou bem a tempo de presenciar uma das cenas mais inacreditáveis de toda a sua vida. Quando se levantou e olhou para a direção do totem de execução há poucos metros a sua frente, viu o caçador de piratas agindo de forma espantosamente rápida. Zoro pegou com uma das mãos a espada que Luffy passara para ele, cortou todas as outras cordas que o prendiam, abaixou-se para pegar as outras duas espadas, mordeu o cabo da primeira com a boca, empunhou as outras duas com cada uma das mãos e nem teve tempo de se virar para ver a dúzia de oponentes que haviam acabado de chegar por trás dele.

Para se defender do iminente ataque múltiplo que iria sofrer, Zoro curvou o tronco e abaixou-se dobrando os joelhos em um ângulo de 90o, de forma a manter os pés horizontalmente paralelos. Cruzou os braços levando a mão direita até a altura do ombro esquerdo e a mão esquerda até a altura do ombro direito, e formou um “x” por cima de suas costas com as duas espadas que empunhava. Tal “x” encontrava-se levemente a esquerda do centro de seu corpo, para que assim, protegesse todo esse lado.  Já com a espada que mantinha presa em sua boca, protegia todo o restante do flanco direito.

E na precisa hora em que todos os marinheiros atacaram-no ao mesmo tempo, sua posição de defesa, apesar de não ser impenetrável, se mostrou mais do que eficiente, pois conseguiu aparar todos os golpes de uma única vez. Isso tudo, de costas, sem nem ao menos se virar para os seus oponentes. Era incrível! Quando os marinheiros viram que o ataque havia sido completamente inútil, simplesmente gelaram de medo e assombro. Eles eram uma simples mosca perto do poder e da técnica daquele caçador de piratas.

Ao ver o que aconteceu, Koby ficou embasbacado. Completamente sem fala. Já Luffy, se divertia e seu olhos brilhavam de empolgação ao ver as habilidades de seu novo companheiro.

Todos vocês, parados aí. Quem se mexer, eu corto pela metade. – Zoro ameaçou, por entre os dentes, os marinheiros, que nem se atreveram a tentar algo novo – Eu vou ser um pirata, sim… Porque sempre cumpro as minhas promessas! – Dessa vez estava se dirigindo ao Luffy – E também porque agora, que levantei a espada contra essa gente da marinha, sou um criminoso…  – Os marinheiros continuavam imóveis por trás dele – Eu quero ser o melhor espadachim do mundo!!! Depois do que aconteceu aqui, não posso mais me dar ao luxo de manter meu nome limpo… – Quando falava, a espada em sua boca se mexia levemente – Mas seja como herói ou vilão, vou fazer com que meu nome seja conhecido no mundo todo!!! Lembre-se que quem me arrastou pra isso foi você, então, se acontecer de você desistir no meio do caminho, vai ter que me pagar com a sua vida!!! Entendeu?!

– Gostei… – Luffy sorriu – O melhor espadachim do mundo… Pra ser companheiro do Rei dos Piratas, isso é o mínimo que você precisa ser!!!

– Tsc! Falou. –Zoro retrucou.

Ao longe, uma voz ecoou pelo pátio.

O que vocês estão esperando?!!! – O Capitão Morgan Gritou furioso ao ver seus subordinados petrificados de medo – Acabem logo com eles!!!

– Zoro, abaixa aí! – Luffy falou, há alguns metros de distância, enquanto se preparava para desferir um chute – Gomu-gomu-no-Muchi*!!! – E no exato momento que Zoro se abaixou, a perna de Luffy se esticou uns 6 metros e como um chicote, atingiu todos os marinheiros ao mesmo tempo, fazendo-os voar para longe.

Caramba! Incrível! – Koby exclamou admirado.

Como você faz esse tipo de coisa? – Zoro perguntou desconfiado.

É porque eu som um homem-borracha! – Luffy respondeu alegremente.

H… H… Homem borracha?! – Os marinheiros falaram assustados, enquanto ainda no chão, tentavam se recuperar do golpe. – C… Capitão! Nós não temos condições de lutar contra esses dois!! É loucura! Olha pra eles!!! Não temos a menor chance!

– O capitão ordena a quem reclamou agora, que se mate com um tiro na cabeça! – Morgan gritou furioso, para todos os seus subordinados – Porque eu não não preciso de fracos e covardes trabalhando para mm!!! – Então gritou ainda mais alto – Isso é uma ordem!!!

Após hesitarem por um momento, um a um, todos os marinheiros empunharam suas armas e a direcionaram para a própria cabeça. Suando frio, nenhum deles conseguiu apertar o gatilho imediatamente. Seus braços tremiam, suas respirações ofegavam e choravam feito crianças.

O que há com essa marinha?! – Zoro resmungou enquanto se preparava para intervir naquele absurdo.

No entanto, Luffy foi mais rápido e já havia coberto, correndo numa velocidade espantosa, metade da distancia que separava ele do capitão da marinha.

– Luffy-san! – Koby gritou ao ver o pirata se dirigindo ao oponente – Está tudo errado com essa marinha! Acaba com eles!!!

Eu sou o inimigo da marinha! – Luffy gritou enquanto disparava na direção de Morgan – Quero ver você mandar me matar!!! – Quando chegou perto do capitão, pulou em sua direção e tentou atingi-lo com um soco normal. No entanto, foi inútil, pois Morgan conseguiu defender o golpe facilmente utilizando a lateral da lamina de seu braço-machado como escudo.

Gente de baixa classe, que nem sequer tem patente, não tem o direito de me afrontar!!! – Morgan esbravejou enquanto levantava seu braço machado para contra-atacar – Pois eu sou o grande Capitão Morgan Mão de Machado!!!

– E eu sou o Luffy! Prazer! – Luffy falou inocentemente, logo antes da lâmina do machado ir em direção da sua barriga.

– Então morra!!! – O capitão da marinha gritou enquanto desferia um poderoso golpe com a intenção de cortar o jovem pirata ao meio.

No entanto, Luffy simplesmente pulou muito alto, encolhendo as pernas e conseguiu se esquivar do golpe mortal. Ainda no ar, em questão de milésimos de segundos, o pirata aproveitou o impulso e deu, com os dois pés juntos, um potente chute no queixo metálico de Morgan, que ao ser atingido, foi arremessado para trás. No mesmo momento que Luffy aterrissava com os pés no chão, Morgan batia de costas no solo.

Seu moleque de merda! – Morgan esbravejou enquanto se levantava e percebia que o pirata vinha correndo em sua direção para dar mais um golpe – Pena de morte pra você! – Disse ao se preparar para tentar impedir o ataque com uma machadada vertical na direção do garoto.

Luffy que estava correndo na direção do seu alvo, ao perceber o que o Capitão pretendia, esperou até o último momento, quando o machado começava a baixar em sua direção, para então, dar um pulo para a direita e com uma habilidade inacreditável, girar o corpo para esquivar da machadada e ao mesmo tempo, desferir um poderoso chute na lateral do pescoço do seu opressor. Com esse golpe, Morgan foi ao chão novamente. Dessa vez, não se levantou.

Que porcaria de marinha é essa? – Luffy perguntou irritado enquanto se abaixava e levantava o Capitão Morgan pela gola da camisa – Você acabou com o sonho do Koby! – Cerrou o punho de sua mão livre e ergueu-a pronto para desferir um soco na cara do Capitão.

Espera aí!!! – Uma voz suplicou por trás de Luffy. No entanto, o mesmo fez questão de ignorá-la e prosseguiu com sua intenção de golpear o Capitão na cara novamente – Eí! Eu disse pra parar!! – A voz voltou a gritar – Você é surdo ou o que?!! – Era Helmeppo quem gritava – Se quer ver o seu amiguinho vivo, não se mexa!! – O playboyzinho estava ao lado de Koby e apontava uma arma para os cabelos roxos do garoto – Qualquer movimento eu atiro!

– Lufy-san! ­- Koby gritou enquanto suava frio – Você sabe! Eu não quero atrapalhar você de jeito nenhum!!! Nem morto!

– Ahãm! Eu sei. – O pirata se virou e respondeu dando um sorriso. Depois se dirigiu ao almofadinhas – Caí fora seu idiota filhinho de papai! O Koby já tomou sua decisão! – Luffy então se preparou para desferir outro de seus socos de longa distância.

Eí! Eu falei para você ficar parado aí! Eu vou atirar, hein?!

– Gomu-gomu-no… – Luffy começou a falar. E então uma sombra se ergueu atrás dele.

Luffy-san! Atrás de você!!! – Koby gritou para tentar alertar o pirata de que o capitão Morgan acabara de se levantar sorrateiramente e que estava prestes a lhe dar uma machadada mortal.

Pistol!!! – Luffy gritou enquanto arremessava seu punho na direção de Helmeppo. De tão rápido que foi, o filhinho de papai nem teve tempo de reagir. O soco acertara-o em cheio na cara e o arremessara para longe. – Perfeito… – Luffy comentou satisfeito. Atrás dele, Morgan já baixava seu braço-machado. – Perfeito Zoro. – O pirata completou sem nem ao menos se virar para trás.

Morgan não conseguira atingi-lo e agora, caía para trás sangrando.

Não foi nada… Capitão. – Zoro respondeu enquanto embainhava suas espadas que acabara de usar para por um fim na arrogância daquele comandante da marinha.

Ao longe, os marinheiros cochichavam entre si.

O… O Capitão Morgan foi derrotado! E o filho dele também!

– Quem ainda quer nos capturar, dê um passo a frente! – Zoro gritou em resposta à agitação do outro lado da praça de execução.

Depois de um breve momento de hesitação aonde todos os marinheiros se entreolharam, o clima mudou totalmente. A tenção que até então reinava absoluta, foi substituída por uma euforia genuína.

Vivaaaa!!! – Alguns marinheiros gritavam enquanto jogavam armas e caps para o alto em comemoração.

Finalmente fomos libertos!!! É o fim do demônio Morgan!!! – Outros gritavam enquanto abraçavam seus companheiros.

Viva à Marinha!!! – O restante dos marinheiros comemoravam chorando de emoção.

Ah, qual é? – Luffy perguntou intrigado – O Capitão deles foi derrotado e eles estão festejando?!

– Eles só estavam com medo do Morgan! – Koby respondeu animado.

Nessa hora, para completa surpresa de todos, Zoro caiu no chão sem os sentidos.

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Capítulo 5 – O Rei dos Piratas e o Grande Espadachim


Eí! Por aqui! – Algum marinheiro gritou – Não o deixem escapar!! – Em seguida, o corredor ficou infestado de homens.

Cadê a espada do Zoro? – Luffy perguntou enquanto fugia. Seguia levando o almofadinhas preso pelo colarinho.

Eu falo!! Mas para de me arrastar!!! – Helmeppo implorou.

– Pronto, fala. – Luffy disse ao subitamente parar de correr e olhar diretamente para os olhos do seu refém.

Ok, eu falo. – Helmeppo disse enquanto se borrava de medo – Está no meu quarto… E nós já passamos por ele…

– Porque não me disse antes?! Agora vou ter que voltar! – O pirata falou irritado. Liberou sua raiva com um soco.

Argh! Você me bateu de novo!!

Então os marinheiros os alcançaram.

Eí! Parado aí! Renda-se!! – O líder do grupo de resgate ordenou.

Eu não. – Luffy disse simplesmente. E com um movimento rápido, se colocou atrás de Helmeppo, e o fez de escudo humano – Se quiser, podem atirar! – Começou a correr na direção dos homens.

Droga!! Ele tá usando o Helmeppo-sama como escudo… O que fazemos? – Os marinheiros falaram. Logo em seguida, o intruso já passava por eles rapidamente. Não fizeram nada.

——

– Aaaahh!!! Aaaahh!!! – O garoto de cabelos roxos gritava, deitado ao chão, sem conseguir esconder a dor – Me acertaram!!! – Tocou o ombro esquerdo e olhou seus dedos vermelhos e úmidos – É sangue!! Estou sangrando!!! – Seus olhos arregalados não conseguiam acreditar no que viam – Eu vou morrer!!

– Pelo menos você ainda tá vivo… – O caçador de piratas falou – Aproveita e fuja logo daqui. Eles estão vindo pra cá.

– Não!! Eu… Ah, é mesmo! Eu preciso te desamarrar…! – Koby disse entre um suspiro de dor e outro.

Não se preocupa comigo. Daqui a um mês vão me soltar. Por isso, vai logo… – Zoro disse pra tentar dissuadir o garoto.

Não vão te soltar não!! – Koby falou desesperado enquanto tentava se levantar a todo custo – Eles pretendem te executar em três dias!!!

– Do que você está falando?! – Zoro perguntou atônito – Aquele idiota filhinho de papai prometeu que iria me soltar se eu sobrevivesse um mês…

– Que promessa, que nada! Ele nunca teve a intenção de cumpri-la!! – Koby disse exasperado – Foi por causa disso que o Luffy-san Bateu nele! Porque ele traiu a confiança de uma pessoa direita como você!!

– Como é que é?!

– A marinha está contra vocês dois! Por isso, por favor! Depois que eu o soltar, ajude o Luffy-san!! – Koby ainda sentia-se fraco pela falta de sangue. Suava muito – Eu devo a minha vida a ele! Não vou pedir que você se torne um pirata, mas o Luffy-san é mesmo muito forte! Vocês dois juntos, conseguiriam fugir dessa cidade tranquilamente! Por isso vão em frente! – Finalmente conseguiu se levantar. Quando olhou por cima do ombro do prisioneiro, avistou a marinha entrando.

Parados aí! – Um dos marinheiros gritou. Toda a tropa apontava rifles aos dois – Pelo crime de rebeldia contra o Capitão Morgan, temos ordens de executá-los imediatamente!!!

Zoro engoliu o ar e Koby começou a chorar desesperado.

Logo em seguida, o próprio capitão da base apareceu.

Cerquem a base! Não deixem aquele moleque de chapéu de palha escapar de forma alguma! – Morgan gritou essas palavras alto o suficiente para que todos os marinheiros da base pudessem ouvir. Sua voz ecoou por um raio de mais de 500 metros – Muito engraçado… – Dessa vez ele falou se dirigindo aos seus mais novos prisioneiros, que permaneciam sob a mira de seus homens – Vocês três planejavam o que? Um golpe de estado? – Concluiu com desdém – Roronoa Zoro, eu conheço a sua fama e é melhor não vacilar comigo. Sua força diante do meu poder, é o mesmo que nada!! – Pausou durante um tempo – Preparar armas homens!!

– Eu… Não posso morrer assim… Ainda tenho muita coisa pra fazer! – Zoro falou por entre os dentes.– Eu ainda tenho que cumprir uma promessa!! – E então lembrou-se…

——

– Iaaah!!! – O garotinho de cabelos verdes gritou ao cair no chão e sentir uma enorme dor na testa. Ao lado dele, duas espadas de bambu estavam jogadas ao solo. Perto dele, uma garota de curtos cabelos escuros e que se vestia como um garoto, permanecia em pé com sua espada de treino em punhos.

Nessa época, o caçador de piratas não devia ter mais do que 10 anos.

Kuina é a vencedora!! – Uma voz adulta falou – Mais uma derrota para o nitou-ryu* de Zoro! Com essa são 2.000 vitórias para Kuina e zero para Zoro!!

Que decepção! – A garota vencedora falou, em tom depreciativo, para Zoro – Você continua muito fraco… Nem parece homem!

Eí!! O Zoro não é fraco, não!!! – Um dos garotinhos que assistiram a luta falou em defesa – Ele é o mais forte do nosso dojo!! Mais forte até do que os adultos!!

– Ah é? Mas é mais fraco do que eu. – Kuina disse, enquanto colocava sua espada de bambu no ombro e se preparava para ir embora – Do que adianta usar duas espadas se só sabe perder?! Os perdedores devem ficar quietos! – falando isso, deixou o local.

– Droga! Que raiva dessa Kuina!! – Zoro resmungou – Garota insuportável! Fica se achando só porque é filha do mestre do dojo!

– Perdeu de novo? – Uma voz amistosa surgiu inesperadamente perto dos garotos – Que pena Zoro, você é tão forte…

– Mestre! – os garotos exclamaram ao perceberem de quem se tratava – Você não está treinando sua filha escondida, né?! Isso não vale!!

Não, não! Eu não faria isso! – O mestre do dojo respondeu calmamente.

Droga! Então porque eu não consigo derrotar essa garota?!! – Zoro exclamou exaltado.

Veja bem, Zoro… – O mestre falou enquanto se abaixava para ficar ao nível dos olhos do garoto – A Kuina é um pouco mais velha que você…

– Mas mestre! Eu derroto até alguns adultos!! – Zoro rebateu – Quando eu crescer, quero atravessar os mares e ser o espadachim mais forte do mundo!! Não posso começar perdendo para ima garota!!!

Ao ouvir isso, o mestre abriu um leve sorriso.

——

Era madrugada de lua cheia e enquanto a maioria das pessoas dormiam ou descansavam, uma garota suava enquanto manobrava sua espada de bambu.

Eí Kuina! – Zoro gritou interrompendo a garota – Eu te desafio a lutar com espadas de verdade, sem ser as de treino! – O garoto trazia duas espadas com ele, uma em cada mão – Você tem uma espada de verdade aí, não tem?!

– Você quer lutar? – Kuina falou em tom de desafio – Tudo bem.

Os dois jovens sacaram as espadas de suas respectivas bainhas e se colocaram em posição de combate. De um lado, Kuina segurava sua espada com ambas as mãos, pronta para aparar e desferir golpes poderosos. Do outro, Zoro empunhava uma espada em cada mão, preparado para lançar e aparar uma seqüencia de movimentos rápidos e precisos.

Apesar de ainda serem muito jovens e de usarem estilos diferentes, ambos eram espadachins competentes e mortais.

O duelo começou quando de súbito, ambos pularam para frente na tentativa de encurtarem a distância entre as lâminas. Ao se aproximarem, o barulho produzido pelos inúmeros choques entre as duas espadas de metal, foi ouvido ao longe. Tamanha a velocidade de ambos, se faz impossível dizer ao certo o que acontecia. No entanto depois de algum tempo impreciso, os barulhos cessaram e duas espadas voaram para longe do embate. Zoro recuou para desviar de mais um golpe e caiu ao chão desequilibrado. Kuina se lançou por cima dele e desceu verticalmente sua espada. A ponta da lâmina se cravou no chão a menos de um centímetro da orelha esquerda de Zoro.

Com essa, são 2.001 vitórias. – A garota falou ao desencravar sua espada do chão.

Droga! Droga! Droga! Que raiva!!! – Zoro resmungou pra si mesmo, e então levou as mãos ao rosto para esconder as lagrimas que começavam a sair de seus olhos.

Não fica assim… – Kuina falou tristemente, mesmo tendo acabado de ganhar – Quem ter que ter raiva aqui sou eu…

– Hã? – Zoro exclamou sem entender. Dessa vez ela não parecia estar debochando dele.

As meninas, quando crescem, ficam mais fracas do que os homens… – A garota continuou falando enquanto se sentava ao chão perto de Zoro – Isso significa que daqui a pouco tempo, vocês todos vão me superar… – Dobrou os joelhos e apoiou os braços neles- Eu sempre ouço você dizer que quer ser o espadachim mais forte do mundo. Mas sabe o que meu pai diz? – Cada vez sua voz ficava mais triste – Que uma menina jamais poderá ser a espadachim mais forte!! Eu tenho inveja de você Zoro… – Lagrimas começaram a descer pela sua bochecha –  Eu tenho inveja por você ser homem! Porque eu também queria ser a melhor do mundo!! Eu tenho raiva até do meu peito que está começando a crescer… Eu queria tanto ter nascido homem… – Kuina desabafou finalmente.

Calma aí! – Zoro gritou exaltado – Você me vence e fica chorando desse jeito?!! Isso não é justo!! Você sempre foi uma meta pra mim!! Esse papo de homem ou mulher… Se um dia eu te derrotar, você vai vir com essa mesma ladainha?! Vai fazer parecer que não foi por mérito meu?!! Então porque eu tô treinando como um louco pra te derrotar?!! Para de falar besteira garota!

– Zoro… – Foi a única coisa que Kuina conseguiu falar por entre as lágrimas.

Agora me prometa! Um dia, eu ou você, um de nós dois será o melhor espadachim do mundo!! Vamos competir pra ver quem vai ser!!!

– Seu bobo… – Kuina esboçou um sorriso e secou suas lágrimas – Você sabe que você é um fracote. Mas tá prometido!

Então os dois jovens apertaram as mãos para firmarem o pacto.

No entanto, na manhã seguinte Zoro recebeu a notícia mais triste de sua vida. Kuina havia caído da escada de sua casa e morrido.

Droga!! Você se esqueceu da promessa de ontem?! – Zoro gritava no velório, enquanto era segurado pelos adultos ali presentes. Nunca havia ficado tão irritado em toda a sua vida. Sua intenção era ir até o corpo da garota e forçá-la a acordar  – Tá fugindo de mim, é, Kuina?!

– Como… O ser humano é frágil, não… Zoro? – O mestre falou, inconsolável, ao chegar perto do garoto.

Mestre… Eu posso ficar com a espada dela? – Foi a única coisa que Zoro conseguiu falar.

Sim… Claro… – O pai de Kuina respondeu. E então pegou a espada de bainha branca que jazia perto do corpo da garota e entregou à Zoro.

Mestre! – Zoro falou ao lagar suas duas espadas no chão e receber a mais nova espada, como se fosse um verdadeiro tesouro – Eu vou ser forte por mim e por ela!!! – O garoto trincou os dentes e começou a chorar pela primeira vez desde que recebera a notícia – Vou me tornar o melhor espadachim do mundo, pra que meu nome chegue até ela nos céus!!!

——

– É esse o quarto? – Luffy perguntou para Helmeppo, ao abrir uma das portas e entrar em um cômodo – Ah! Achei! Tem umas espadas ali no canto! – Disse, sem esperar um resposta, ao perceber algumas espadas apoiadas próximas a janela do quarto. Foi até elas. Ainda arrastava Helmeppo pelos braços – Mas tem três espadas aqui… Qual é a do Zoro? – Luffy perguntou novamente para o seu refém. Não obteve resposta. Olhou pra baixo e viu que ele tinha acabado de perder os sentidos – Ah, qual é? Vai desmaiar agora seu mariquinhas? – No entanto, logo depois, algo chamou sua atenção. Alguém estava gritando lá embaixo no pátio de execução. Resolveu olhar pela janela – Ué, o que será que tá rolando lá no pátio? – Então viu que algo estava para acontecer. O capitão da marinha acabara de dar a ordem de preparar as armas para a execução.  Luffy só teve tempo de amarrar as três espadas as costas, segurar o parapeito da janela com ambas as mãos, recuar alguns metros fazendo o seus braços esticarem, pular e deixar que a força elástica de seu corpo o arremessasse janela a fora, na direção do totem aonde Zoro estava preso e prestes a ser fuzilado. Ao começar a voar, gritou – Gomu-gomu-no… Rocket!!!

– Atirem!! – Capitão Morgan ordenou aos seus homens, sem nem ao menos perceber que uma janela, a dezenas de metro de altura, acabara de se quebrar.

Ao receberem a ordem, as dezenas de marinheiros que estavam ali, miraram perfeitamente nos dois rebeldes e lançaram uma salva de tiros precisos. Se as balas houvessem chegado ao destino, certamente o caçador de piratas e o aspirante a marinheiro já estariam mortos. No entanto, numa fração de segundos inimaginável, um terceiro elemento surgiu entre os marinheiros e os alvos.

Vindo do alto, um garoto de chapéu de palha aterrissou feito um cometa no pátio. Ao chegar ao chão, ficou parado em pé com os braços e as pernas abertas, servindo de um perfeito escudo para aqueles a quem ele queria defender. Alguns centésimos depois, dezenas de balas se cravaram por todo os seu corpo. No entanto, o que ninguém jamais poderia imaginar, era que as balas não perfuraram sua pele. Porque ao invés rasgar a carne de Luffy, a munição simplesmente empurrou-a para trás algumas dezenas de centímetros, até perder a potencia e depois fora expelida quase na mesma força em que entraraTudo isso, graças ao corpo elástico que o garoto tinha.

.  Ao saírem do corpo de Luffy, as balas voltaram na direção dos marinheiros causando um grande tumulto. Muitos foram atingidos, mas nada sem graves danos aos marinheiros, devido a potencia reduzida da munição. Outros tantos fugiram devido a tamanho susto que levaram e por temerem que aquele garoto estranho tivesse mais algum truque bizarro na manga.

Há, há, há, há, há! Balas não funcionam em mim!!! – Luffy se divertiu ao ver o espanto de todos.

Caramba!!! Como você fez isso?!! – Zoro perguntou estupefato.

Koby talvez teria perguntado a mesma coisa, mas devido a um misto de espanto com a cena e de cansaço por ter sido atingido, simplesmente caiu no chão desmaiado.

Fácil. Afinal, eu vou ser o Rei dos Piratas! – Luffy respondeu animadamente. E então tirou as espadas que estavam presas em suas costas e estendeu-as na direção de Zoro – Toma! Qual delas é o seu tesouro? Não sabia e acabei trazendo as três.

– São todas minhas, porque eu uso o estilo santou-ryu, o estilo das três espadas. – Zoro respondeu, ainda preso ao totem de execução

Se você lutar agora contra a Marinha, junto comigo, vai virar um bandido. – Luffy apontou os fatos para o caçador de piratas – Ou você pode morrer amarrado aí. O que prefere?

– Isso é chantagem! Mas tudo bem… Se a outra opção é morrer, eu prefiro… – Hesitou um pouco antes de dar sua palavra final – Eu prefiro ser um pirata!

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Capítulo 4 – Morgan Mão de Machado, o Capitão da Marinha


 Olha o que ele fez!!! – Algumas pessoas daquela pequena cidade comentavam atônitas enquanto assistiam a cena – Quem é esse garoto?! Ele bateu no filho do capitão Morgan!! Isso não vai ficar barato!!!

– Luffy-san!! Tente se acalmar! – Koby implorou enquanto tentava segurar o pirata com todas as suas forças Eles são da marinha!!

– Não tô nem aí! Quem não presta merece uma lição! – Luffy respondeu furioso.

V… Você me bateu!! – Helmeppo constatou incrédulo, quando começou a entender o que havia se passado. Sua cabeça doía – Como se atreve a me bater?! Nunca, nem meuu pai me bateu até hoje!! – Levou a mão até o rosto e percebeu que seu nariz sangrava. Começou a lacrimejar – Eu sou o único filho do grande Capitão Morgan!! – Disse gritando, ainda no chão enquanto tentava se levantar sendo auxiliado por seus dois guardas – E meu pai vai ficar sabendo de tudo isso, ouviu?!

– Porque você mesmo não vem me enfrentar?! – O pirata perguntou por entre os dentes enquanto ainda era contido por Koby.

Pena de morte pra você! Meu pai vai te matar! – O filhinho de papai esbravejou, enquanto fugia ainda sendo amparado pelos seus guardas, pois sua perna tremia de medo – Você vai ver só! Vai morrer se lamentando por ter me batido!

– Até que enfim eles se foram… – Koby falou aliviado, enquanto largava o pirata de chapéu de palha.

Esse cara não vale o soco que levou! – Luffy falou ainda bravo.

Então a garotinha de mais cedo, que havia testemunhado toda a cena, se levantou e foi ao encontro dos dois garotos.

Moço, isso foi incrível! Por mim ele merecia até mais! – A garota falou admirada.

– Ahh, é mesmo? Então eu podia ter socado ele mais um pouco! – Luffy respondeu animadamente à garota. Parecia que toda a sua fúria de instantes atrás havia se dissipado.

R… Rika!! – Uma mulher assustada surgiu do outro lado da rua. Ao ouvir seu nome sendo chamado, a garotinha olhou, e a mulher continuou – Venha para cá! Não fale mais com eles! Se pensarem que é amiga deles, os homens da marinha vão te matar também!!

– Mas, mãe! Ele é do bem! E o Zoro também… – Rika tentou retrucar.

Chega filha!! – A mãe da garotinha gritou, encerrando assim a discussão – E espero que não tenha se aproximado da praça de execução!!

– N… Não mãe… Não fui pra lá não… – A garota disse sem graça.

Então vamos! Já pra casa! – A mãe falou para a filha enquanto começava a levá-la para longe.

Enquanto se afastava, a garotinha olhou triste pra trás e viu os garotos com quem mais cedo conversara. O mais baixinho e de cabelo roxo parecia preocupado. Já aquele com chapéu de palha, estava sorrindo e acenando para ela. Ao ver isso, se sentiu levemente melhor.

Eu sabia que isso não ia acabar bem! – Koby falou nervoso, depois que a garotinha e a mãe saíram de vista – Se esse capitão ficar bravo, é possível que a marinha se mobilize contra nós!!!

– Na hora a gente vê o que faz… Agora eu vou ver o Zoro. – Luffy falou calmamente e então começou a caminhar de volta à base da marinha.

——

Eu… – O sujeito começou a falar pensativamente enquanto fumava um charuto. Ele estava sentado em seu enorme escritório, de costas para a porta de entrada e olhava para a bela vista que tinha do lado de fora do prédio. – Sou o máximo.

Sim, senhor! – Um marinheiro à porta se apressou em confirmar – Afinal, o senhor é o Grande Capitão Morgan!!

– Então porque os presentes dos cidadãos… – O sujeito deu mais um trago em seu charuto e continuou calmamente, mas em claro tom inquisidor – Estão diminuindo a cada dia?

– É mesmo senhor… Err… Sobre os tributos… – O marinheiro suava frio e media todas as suas palavras – É que o bolso dos cidadãos também tem um limite, senhor…

– O problema não é o bolso deles… – Deu mais um trago e continuou falando no mesmo tom de antes, sem se dar ao menos o trabalho de virar e ver que o marinheiro ainda batia continência desde que chegara – É o quanto eles me respeitam ou não!

Então a porta se escancarou com enorme escândalo e alguém os interrompeu.

Papai!!! – O mauricinho loiro gritou assim que entrou no escritório. Estava visivelmente nervoso.

O que é, Helmeppo? Que barulheira é essa? – O pai inquiriu enquanto deslocava levemente a cabeça para o lado e via o filho parado à porta.

Eu quero que o senhor acabe com um sujeito!!! – Helmeppo falou exaltado. Enquanto levava um pequeno pano ao rosto para limpar o sangue que ainda escorria de seu nariz.

——

Oi! – Luffy falou enquanto acenava. Acabara de pular o muro.

Você de novo? – Zoro falou, ao perceber o garoto com chapéu de palha voltar ao pátio da base da marinha – Eu já disse que tô fora do seu convite…

– Meu nome é Luffy! – O pirata se apresentou todo sorridente – Eu vou te desamarrar. Então, seja meu companheiro!

– Você não ouviu nada do que eu disse, né? – Zoro retrucou com raiva – Eu já falei que tenho outras prioridades. E quem, em sã consciência, vai querer ser pirata nesse mundo?

– Qual o problema? – Luffy rebateu – Você já é conhecido como um caçador de recompensas mau-caráter.

– Não importa o que o mundo diz de mim. – Zoro respondeu firmemente – O importante é que eu nunca fiz nada que contrariasse os meus princípios! E nunca farei! Por isso não vou ser pirata!

– E daí?! – Luffy resmungou – Eu decidi que você vai ser meu companheiro e ponto final!

– Até parece que eu vou fazer isso só porque você quer!!! – Zoro respondeu com um misto de raiva e incredulidade por aquele garoto estar falando assim com ele.

– Disseram que você sabe lutar com espada… – Luffy comentou trocando subitamente de assunto.

Hm… Sei sim. – Zoro comentou surpreso – É só eu não estar amarrado a um tronco…

– E cadê a sua espada? – Luffy perguntou curioso.

O filhinho do papai tomou de mim… É o meu tesouro mais importante depois da minha própria vida! – Zoro respondeu com reverência.

– Hmmm… A espada é o seu tesouro?! Isso é grave! – Parou pra pensar por alguns instantes – Então tá! Eu vou lá e pego a sua espada!

– O quê? – O caçador de recompensas exclamou incrédulo.

E se quiser que eu te devolva a espada… Vai ter que vir comigo. – Luffy falou calmamente.

Isso é chantagem seu sacana! – Zoro retrucou completamente indignado.

Há, Há, Há, Há! – Luffy se divertiu com a reação do prisioneiro. Então simplesmente se virou e foi embora. Antes de sumir, gritou para o prisioneiro – Ok! Eu vou lá e já volto!

– Ele pretende invadir a base da marinha sozinho? – Zoro pensou em voz alta, perplexo, quando o garoto já havia sumido de vista. – É doido mesmo!

——

Naquela tarde agitada, muita coisa incomum estava acontecendo. E no alto da torre principal de base da marinha daquela cidade não era diferente. Ali onde normalmente só havia alguns canhões apontados para o mar e onde poucas pessoas passavam por dia, acontecia um enorme alvoroço. Uma grande quantidade de marinheiros suavam para erguer uma estatua de mais ou menos 10 metros de altura que se encontrava deitada ao chão. A estatua era de um enorme e musculoso homem de braços abertos. Só que uma coisa era muito estranha naquela estatua. No lugar do antebraço direito, havia um enorme machado.

Pronto! Parem aí! – Uma voz potente ordenou aos marinheiros – Agora levantem nessa direção !

– Mas papai! Porque você ainda não foi pegar o sujeito?! Ele me bateu!!! – Helmeppo perguntou indignado assim que seu pai parou de dar ordens – Ele bateu no meu rosto!! Nesse rosto em que nem o senhor bateu até hoje!!

– Sabe porque eu nunca bati em você, filho? – O homem que estava sentado e ordenava os marinheiro perguntou.

Ué? Porque eu sou seu filho… – Helmeppo respondeu incerto.

Foi porque você… – O homem se levantou e caminhou até o filho – É a droga de um filho imprestável que não vale nem a pena dar uma surra!! – Então pegou Helmeppo pelo colarinho de seu terno e o jogou ao chão – Porque me dar ao trabalho de limpar a sujeira que você faz? – Seu tom era de claro desprezo – Se quiser andar por aí se vangloriando à custa da minha grandeza, tudo bem… Mas eu só ponho as mãos em quem me contraria pessoalmente! Por isso, não confunda as coisas. Quem é importante aqui, não é você , mas o seu pai! Ou seja, eu!! O Grande Capitão Morgan Mão de Machado!

Ao ouvir isso, Helmeppo começou a chorar. Chorava por ter sido humilhado na frente de muitos marinheiros e chorava de medo de seu pai, pois se ele fosse qualquer outro, já estaria morto. O Capitão Morgan, seu pai, era um sujeito enorme, e extremamente forte. Além do que, ele era absurdamente amedrontador. Seus braços eram da grossura da perna de um homem normal e seus pulsos da grossura de um braço. Em fato, só o pulso esquerdo, pois ele já não possuía mais o antebraço direito. O que havia ali, logo abaixo do seu cotovelo, era um enorme machado de folha única. A ligação entre carne, pele, músculo e machado era tão bem feita que seria até possível ficar admirado, caso a pessoa conseguisse primeiro, dissipar o horror inicial de ver aquilo.

Na verdade não precisava nem olhar para o machado no lugar do braço para ficar aterrorizado com o Capitão. Bastava avistar seu rosto. Porque abaixo dos cabelos loiros militarmente curtos e dos olhos sinistramente malévolos, ele possuía um maxilar de metal que saltava alguns centímetros de seu rosto. No queixo desse maxilar, que possuía formato dentado, havia o símbolo da marinha desenhado. Símbolo esse que ele fazia questão de deixar estampado ali para que todos o reconhecessem como autoridade do governo.

O Capitão Morgan era bizarramente assustador.

Falando nisso, ouvi dizer que um rato invadiu a minha praça de execução. – O capitão falou em tom de desprezo para seu filho.

– Hã…? Ah… Aquela garotinha… – Helmeppo disse surpreso – Eu já me livrei dela…

– Espero que a tenha matado direitinho. – O capitão falou ameaçadoramente.

– Hã? M… Mas… Era só uma criança… Ela nem sabe o que fez… – Helmeppo disse gaguejando.

Ei, você aí. – Morgan falou apontando para um dos marinheiro que ainda estavam por ali ainda tentando erguer a estátua – Vá até a cidade e mate essa pirralha. Adulto ou criança, qualquer um que me contrarie é um rebelde!

– Mas capitão! – O marinheiro disse completamente atônito com a ordem do seu superior – Era apenas uma garotinha!! Eu não poderia, mesmo sendo uma ordem sua…

– Não pode? – Morgan perguntou enquanto caminhava até o seu subordinado – Mas você é só um reles primeiro-tenente da marinha, certo? E o primeiro-tenente não é mais importante do que o capitão, certo? Então, você não tem o direito de me contrariar!! E se eu ordeno que mate, você mata e ponto final!!

– M… Mas… Eu não posso… – O primeiro-tenente retrucou enquanto recuava lentamente, vendo que o capitão chegava cada vez mais perto.

– Então, Você também é um rebelde!!! – O Capitão esbravejou, e com um rápido movimento, Morgan baixou seu machado e desferiu um golpe mortal na barriga do marinheiro. Menos um rebelde para o Capitão. Todos que viram a cena ficaram paralisados de medo – Tudo Bem… Eu vou pessoalmente. Vai ser bom matar a pirralha na frente de todo mundo para servir de exemplo. Eu que comecei como um reles marinheiro, conquistei a patente de capitão com a força deste me braço – O capitão disse enquanto segurava com sua mão esquerda, o seu braço-machado – Prestem atenção… Neste mundo, a patente é o que dita as regras!! E eu, que possuo a patente máxima desta base, sou o individuo mais capaz e importante que existe aqui!! E tudo que uma pessoa importante faz está certo!!! Vocês concordam?!

Sim!! Concordamos com o senhor, capitão!! – Todos gritaram em uníssono enquanto batiam continência. Não havia ninguém com coragem para falar o contrário.

Agora vejam! ­– Morgan apontou para a sua estátua em tamanho colossal, que continuava ali, tentando ser erguida – Este é o símbolo do meu poder!! Depois de anos de concepção, está pronta a estátua em minha homenagem!!! Agora ergam!! Ela representará a minha imponência no topo dessa base!!

——

– Que estranho… Não tem soldado de guarda neste lugar, não? – Luffy se perguntou, ao chegar do outro lado da base – Será que estão em reunião ou coisa parecida? ­– Coçou a cabeça pensativamente – Assim fica difícil, hein? Como eu vou saber onde tá a espada e o filhinho de papai? – Foi então que ouviu uma gritaria e olhou para o alto – Hm? Tô ouvindo vozes lá de cima. Já sei! – Se colocou em posição de luta e simplesmente deu um potente soco para cima, sem intenção de atingir ninguém. Seu braço esticou tanto, que conseguiu percorrer as dezenas de metros que separavam o chão do topo do prédio. Quando sua mão chegou lá no alto, simplesmente agarrou o parapeito do topo da base – Gomu-gomu-no… – Abriu um sorriso e se preparou – Rocket!! – De súbito, foi lançado ao alto com força extraordinária.

——

­– Puxem! Puxem! – O Capitão Morgan ordenava aos seus subordinados enquanto eles ainda tentavam erguer, por meio de cordas, sua estátua. Mas então um deles se descuidou e acabou deixando que a corda corresse poucos centímetros em suas mãos. Tal deslize, fez com que o braço esquerdo da estátua encostasse levemente no parapeito do terraço. Para o azar do marinheiro, o capitão percebeu sua falha – Ei você aí! Agora mesmo, você tentou danificar a minha estátua!! – Morgan disse furioso enquanto caminhava para perto do sujeito.

D… Desculpe capitão! – O marinheiro suplicou – Eu me descuidei!

– Sabe quanto tempo precisei ficar posando até que essa estátua ficasse pronta?! – O capitão falou, chegando a poucos centímetros do marinheiro – E você vem e vandaliza ela? Essa estátua me representa… – Inquiriu enquanto levantava seu braço machado – Danificá-la é uma ofensa direta à mim!!! Entendeu?!

– Sinto muito Capitão Morgan!!! Vou concertar agora mesmo!!! – o marinheiro desesperado falou para tentar se livrar de uma morte certa.

Nada no mundo teria salvado aquele marinheiro desesperado, da lâmina mortal do braço-machado de seu capitão. Nada no mundo, exceto o fato de um garoto de chinelos, short jeans, colete vermelho de botões dourados e com um chapéu de palha na cabeça, ter passado voando para o alto, logo ali do lado de fora da base, a mais de 40 metros de distância do chão, e ter chamado a atenção de todos.

Ah, não… Tô indo muito rápido!! – Luffy disse no ar, enquanto tentava manter o seu chapéu preso em sua cabeça com uma das mãos. Foi quando ele viu que havia uma estátua tentando ser erguida por algumas cordas. Agarrou uma – Ah! Finalmente parei!

O que é isso!? – Os marinheiros que ainda seguravam as cordas da estátua, exclamaram assustados, quando sentiram o peso extra provocado pelo surgimento inesperado do garoto voador – Alguma coisa veio voando lá de baixo!!!

 O peso foi tanto, que mais nenhum marinheiro conseguiu segurar as cordas. A estátua tombou para o outro lado, de encontro ao parapeito do prédio. Com o impacto, a estátua se partiu ao meio, da cintura pra baixo, a estátua gigante do Capitão Morgan permaneceu no terraço. Da cintura pra cima, a estátua despencou para fora do prédio, em direção ao solo.

Provavelmente toda a cidade conseguiu ouvir o estrondo causado pelo impacto da gigantesca cabeça do capitão da marinha com o chão do pátio.

Todos os presentes naquele terraço ficaram em estado de choque por alguns instantes. Era simplesmente muito difícil de entender o que havia acabado de acontecer.

D… Desculpa aí. – Luffy disse com a maior cara de pau para interromper o silêncio.

Capturem-no!!! Eu vou matá-lo!!! – Morgan ordenou aos seus subordinados enquanto fervia de fúria. As veias de seu rostos saltavam e seu olhar era assustadoramente assassino.

S… Sim senhor!! Agora mesmo!! – Os marinheiros responderam imediatamente enquanto batiam continência.

Papai, é ele!!! – Helmeppo disse depois de se recuperar do choque inicial e perceber quem acabara de chegar ali voando – Foi ele quem me bateu!! Eu avisei que ele era um problema!!!

– E eu tava procurando você! – Luffy disse ao ouvir a voz do almofadinhas.

Então simplesmente saiu correndo numa velocidade incrível, agarrou Helmeppo, que estava ali perto, pelo braço e se mandou pra dentro da única saída que havia pra dentro do prédio. Agiu tão rápido, que ninguém conseguiu impedi-lo.

Ele invadiu o prédio central! Atrás dele!! – Morgan ordenou e todos os marinheiro saíram correndo atrás do invasor.

Capitão! Capitão! – Um marinheiro que passava próximo ao parapeito chamou – Há alguém na praça de execução!!

– O quê?! – Morgan Mão de Machado falou surpreso – Agora é um rebelde atrás do outro!? Pois todos sentirão minha ira!!! –Bufou enquanto deslizava sua única mão sobre o seu único machado.

——

Hã?! Luffy-san invadiu a base? – Koby perguntou para Zoro, que ainda estava amarrado ao totem de execução – Que loucura!!

– Foi o que eu disse. Mas que é esse cara afinal? – Zoro perguntou mas não obteve resposta imediata, pois Koby começou a tentar desamarrá-lo – Ei, tem certeza do que você tá fazendo? Se me ajudar eles vão te matar, hein?

Eu vi que não há razão para você estar aqui! – Koby respondeu convicto enquanto ainda tentava desfazer aqueles difíceis nós de marinheiros.- E não suporto ver a marinha degradada desse jeito!!! Eu pelo menos, estou decidido a ser um marinheiro correto!! Assim como o Luffy-san quer ser o Rei dos Piratas!!

– Aquele cara quer ser o Rei dos Piratas?! Ele tem noção do que tá falando? – Zoro perguntou aturdido.

Eh, He, He… Eu também fiquei surpreso no começo. Mas ele tá falando sério. Ele é assim mesmo!! – Koby respondeu com ar de admiração. Faltava pouco para conseguir desamarrar um dos braços do caçador de recompensas.

Foi então que um estrondo ecoou por toda a praça de execução. Bang!!! Koby foi jogado ao chão. Enquanto caia, seu óculos escapou de seu rosto, sua mão direita foi inconscientemente até o seu ombro esquerdo e quando o tocou, sentiu uma sensação quente e úmida. Doía. Ele tinha sido atingido e estava sangrando. Doía muito.

Enquanto via o garoto cair no chão, Zoro procurou com os olhos, a origem do disparo. Trincou o maxilar e olhou para o alto. Sentiu que alguém o observava.

_______________

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Capítulo 3 – A aparição de Zoro, o Caça-Piratas


– Chegamos na base da marinha!! – Luffy exclamou todo contente ao desembarcar na pequena cidade.

Ao fundo da rua principal do cais, era possível avistar por entre as casa, uma colossal torre com formato de usina nuclear. Ela estava toda pintada com padrões de listras diagonais azuis. Próximo ao topo, havia o desenho do que parecia ser uma gigantesca andorinha pousada sobre uma ainda maior, chave inglesa de duas pontas. Embaixo do desenho, letras enormes formavam a palavra “MARINE”.

Sim! Finalmente chegamos! – Koby respondeu enquanto amarrava sua embarcação no cais.

Gostei de ver, hein Koby?!

– Hã?

– Você conseguiu trazer a gente direitinho até aqui! – Luffy comentou parecendo admirado.

É claro! Técnica de navegação é o básico para alguém que planeja viajar pelo mar! – Koby respondeu simplesmente – Aliás Luffy-san, você também não pode ficar por aí viajando num barril à deriva… Já que quer um companheiro, podia ser um navegador…

– Boa idéia! – Luffy respondeu abrindo um sorriso – Pode deixar! Mas vamos comer antes. Estou morrendo de fome!

——

– Então a gente se separa nessa cidade… – Luffy comentou, num pequeno restaurante perto do porto, depois de comer toda a sua comida em instantes – Vou torcer pra que você consiga ser um bom marinheiro viu?! – Comentou ingenuamente.

Sim… Muito obrigado Luffy-san! – Koby respondeu enquanto continha suas lagrimas – Também espero que você consiga se tornar um grande pirata… Apesar que isso signifique que um dia estaremos em lados opostos…

– A propósito, será que ele tá na base? O tal do Zoro? – Luffy falou, trocando completamente o assunto.

No entanto, quando proferiu sua ultima palavra, ouve uma incrível agitação no restaurante. Copos e talheres foram deixados cair nas mesas. Todos os presente olharam com medo, na direção do garoto com o chapéu de palha.

– Acho que o nome do Zoro é um tabu por aqui… – Koby sussurrou sua opinião para Luffy, depois de avaliar a situação.

– Hmm… – Luffy ponderou.

– Eu li um cartaz lá fora… – Koby comentou, tentando mudar de assunto novamente – Parece que quem comanda a base daqui, se chama Capitão Morgan… – Depois de sua última palavra, houve novamente, a mesma reação causada pelo nome de Zoro. Dessa vez, o medo parecia ter sido ainda maior. E o silêncio reinou durante muito tempo.

Os dois garotos pagaram a conta e saíram. Koby estava perplexo e Luffy se divertia imensamente.

Há, Há, Há, Há, Há, Há! Que restaurante engraçado, né? Depois vou passar lá de novo… – Luffy comentou enquanto ainda segurava a barriga de tanto rir.

– Aquilo foi muito estranho… Estou com um mau pressentimento… – Koby comentou seriamente preocupado – Eu entendo que as pessoas fiquem apreensivas com o nome do Roronoa Zoro. Afinal, não se sabe quando ele pode fugir da base e aprontar novamente… Mas por que ficariam apavorados ao ouvir o nome de um capitão da marinha?!

– Sei lá, vai ver eles estavam tentando dar um susto na gente… – Luffy comentou distraidamente.

Claro que não né!! – Koby falou bruscamente – Eu to falando sério…

——

– Olhando de perto assim é imponente, né? – Luffy comentou sobre a torre principal, ao chegar junto à uma das entradas da base da marinha – Vai lá Koby! – Incentivou o pirata.

M… Mas… Err… Eu preciso me preparar psicologicamente… – Koby respondeu, enquanto sentia um enorme frio na barriga – E eu ainda estou preocupado com o que aconteceu lá atrás… – Quando terminou de falar, percebeu que o pirata já não mais o escutava – Ah! Luffy-san!! – Exclamou ao ver que ele começava a escalar o muro da marinaha.

E cadê essa fera? – Luffy comentou tranquilamente quando chegou ao topo do muro e olhou para o pátio principal da base.

Imagina se ele vai estar em um lugar visível assim… – Koby respondeu lá de baixo – Deve estar em uma cela isolada ou coisa parecida.

– Não. – Luffy retrucou enquanto pulava de volta ao chão – Eu vi alguém lá do outro lado! – Então saiu correndo enquanto circundava o muro da marinha – Vai ver é o tal do Zoro!

­- Olha lá! – Luffy falou quando chegou próximo ao lugar desejado e voltou a subir no muro. Dessa vez o garoto de cabelo roxo o acompanhou. No entanto, logo que chegou ao topo do muro e olhou para onde o pirata apontava, perdeu as forças e caiu lá de cima – O que foi? – Luffy perguntou surpreso pela reação do garoto.

O… O… O lenço escuro na cabeça e o haramaki* na barriga!! É ele! É ele sim! É o verdadeiro Roronoa Zoro!!! – Koby respondeu ao cair no chão. Suas pernas tremiam – Que presença aterradora! Esse só pode ser o Zoro!

Então Luffy voltou a olhar para dentro da base. Lá no centro do pátio principal, tinha um sujeito de mais ou menos 19 anos que vestia calças pretas, haramaki verde, camisa branca, três brincos dourados na orelha esquerda e um lenço verde escuro amarrado à cabeça. Era Roronoa Zoro, o demônio, a fera, o caçador de recompensas. O prisioneiro estava amarrado a uma estaca presa à terra. Sua cabeça pendia baixa e aparentemente não possuía forças para se manter em pé, pois tinha tirado o peso do corpo das pernas, que agora se estavam longamente afastadas uma da outra. Seu corpo estava sendo sustentado, única e exclusivamente, pelos seus braços, que estavam presos pelos cotovelos, à uma madeira afixada transversalmente à estaca principal.

Então é ele… – Luffy observou – Se alguém desamarrasse aquelas cordas ali, ele conseguiria fugir numa boa, hein?!

– N… Não fale besteira! – Koby respondeu exasperado – Se soltasse um sujeito desses a cidade correria perigo!! Ele é capaz até, de tentar matar você Luffy-san!

– Ei, você aí! – Roronoa Zoro levantou a cabeça ao notar o garoto com chapéu de palha, que estava em cima do muro, a alguns metros de distância – Não quer vir até aqui e desamarrar esta corda pra mim não? – Levantou a cabeça um pouco mais. Sangue escorria pela sua boca e olheiras profundas marcavam seu rosto – Já estou aqui a nove dias. Se continuar assim eu vou morrer. – Deu um leve sorriso.

Ei, o cara falou com a gente. – Luffy constatou calmamente.

É… Ele falou com a gente! – Koby respondeu, ao voltar a subir em cima do muro.

­– Se quiser eu pago. – Roronoa Zoro continuou – Pego algumas cabeças a prêmio por aí e dou pra vocês. Não to mentindo não. Eu sempre cumpro o que eu falo. – Acrescentou.

N… Não faça isso Luffy-san!! – Koby falou cheio de medo – Não caia na conversa dele! Assim que você desamarrá-lo, ele vai nos matar e fugir!!!

– Ele não consegue me matar, não. – Luffy disse tranquilamente enquanto sorria – Porque eu… Sou bem forte.

Toc.

­Foi então que os garotos ouviram um barulho ao lado deles. Uma escada acabava de ser apoiada no muro.

Chiuuu! – Uma garotinha subiu as escadas e pediu silêncio, levando o dedo indicador aos lábios, ao chegar no topo.

– Hã?! – Os dois falaram ao mesmo tempo.

Então a garotinha de cabelos pretos, amarrados em um pequeno rabo de cavalo, que não devia ter mais que oito ou nove anos, pulou para o lado de dentro do pátio e começou a se dirigir para o prisioneiro.

– Eí! Não faça isso! – Koby tentou alertar a garota, mas foi em vão, pois ela continuou se aproximando cada vez mais.

O que você quer? – Roronoa Zoro perguntou secamente quando a garota parou na sua frente.

Luffy-san, faça alguma coisa!! Ele vai matar a menininha!! – Koby se desesperou.

Se quiser faz você. – Luffy respondeu simplesmente.

Tá querendo morrer? Some daqui pirralha! – O caçador de recompensas falou.

É que… – Então a garotinha se mexeu e mostrou que trazia algo – Eu fiz onigiri* pra você! – Estendeu o braço e mostrou os bolinhos de arroz. Sorriu – Deve estar com fome, depois de tanto tempo preso aqui. Foi a primeira vez que cozinhei mas fiz com carinho…

– Não tô com fome! Pega isso e some daqui! – Roronoa falou secamente.

Mas… – A garotinha falou chateada.

Já disse que eu não quero! Vai embora! Ou eu te chuto daqui, hein pirralha!! – Zoro ameaçou elevando seu tom de voz.

Clanch!

Mais uma vez, um barulho chamou a atenção de todos. O portão do pátio se abriu e por ele passaram três pessoas.

Roronoa Zoro! – O homem do meio exclamou ao entrar no pátio – Você não deveria maltratar criancinhas. Olha que eu conto para o meu pai, hein?! – ­O sujeito ameaçou. Seu nome era Helmeppo, tinha mais ou menos 18 anos e era um mauricinho loiro, de franjas, que vestia um terno bem cortado e combinava a camisa social com o sapato. Ele era filho do capitão daquela base da marinha. Vinha acompanhado lado a lado com dois guardas da marinha.

Que tipinho esquisito desse cara. – Luffy comentou, ainda apoiado em cima do muro, para Koby.

Ele parece ser alguém importante da marinha… – Koby retrucou aliviado – Ainda bem, parece que a garota está salva…

– Tsc! Idiota filhinho do papai! – Zoro falou, pouco se importando se ele iria ouvir ou não.

Idiota? Maneire no linguajar, hein?! Esqueceu que meu pai é o grande Capitão Morgan?! – Helmeppo falou irritado. Então caminhou até a menina – E você, garotinha? Esse bolinhos são para mim? – Pegou um.

Ah! Não! – A menina protestou.

Blergh!! – O mauricinho exclamou depois de colocar um pedaço do onigiri na boca. Logo depois, cuspiu tido no chão – Que porcaria é essa? Tá doce! Você colocou açúcar nessa coisa? Bolinho de arroz é pra ser salgado sua idiota!

– E… Eu achei que doce ia ficar mais gostoso… – A garota falou totalmente sem-graça, enquanto ainda segurava o restante dos bolinhos.

Nem dá pra comer essa droga! – Helmeppo bradou antes de dar um tapa no braço da garota e fazer com que todos os onigiris caíssem no chão. Então começou a esmaga-los co m a sola do seu sapato.

Ah, não! Para!! Não tá estragando tudo! – Exclamou a garota enquanto se ajoelhava, olhava para os seus bolinhos sendo destruídos e começava a chorar.

Q… Que maldade! Ela preparou com tanto carinho! – Koby comentou perplexo para Luffy ao ver a cena.

Não se preocupe! As formigas terão prazer de comer isso aí! – Helmeppo falou debochando – Hie! Hie! Hie! Hie! Hie!

– Eu… Tive tanto trabalho para fazer… Não é justo! – A garotinha reclamou entre uma lágrima e outra.

Aaah! Não chora! Que saco! Por isso que eu não gosto de crianças. Mas a culpa foi toda sua! – Helmeppo disse enquanto caminhava na direção de uma placa que estava ali perto – Não leu o que tá escrito aqui!? “Todo aquele que ajudar um criminoso será culpado pelo mesmo crime. Assinado Capitão Morgan.” – Se abaixou, segurou o queixo da garotaa e levantou sua cabeça. Olhou ameacadoramente diretamente em seus olhos – Você deve saber o quanto o meu pai é poderoso. E se você fosse adulta já teria sido executada! – Então levantou-se e virou para um de seus guardas – Eí, Você aí! Jogue essa pirralha pra fora!

– Hã? – O guarda perguntou perplexo.

­- Eu disse pra você jogar essa pivetinha por cima do muro!! – Helmeppo gritou depois de se dirigir até o guarda e segurar na gola do seu uniforme da marinha – Não escutou minhas ordens?! Vou contar pra o meu pai, hein?

– S… Sim, senhor! Imediatamente! – O marinheiro respondeu, suando de medo. Cheio de pesar, caminhou até a garotinha, pegou-a pelos braços e encaminho-a até o muro e sem ter coragem de olhar para o rosto dela, reuniu forças e a arremessou por cima do muro.

Uaaaah!! – A garota gritou enquanto caia. Já podia sentir a dor do impacto no chão, mas algo a salvou. Quando deu por si, um garoto com um chapéu de palha, estava deitado de costas para o chão e abraçado a ela.

Luffy havia conseguido chegar a tempo.

Você está bem? – Koby perguntou para a garotinha assim que chegou ao local da queda – Que sujeito mais cruel!

O pirata do chapéu de palha não disse nada. Estava pensando. Lá dentro, Helmeppo se voltou para Roronoa.

E você , hein?! Nem acredito que esteja vivo!

– Pode deixar… Eu vou sobreviver um mês aqui, como a gente combinou. – Zoro respondeu. – Por isso, vê se cumpre a sua parte da promessa.

Hie! Hie! Hie! Vou sim! – Então o almofadinhas se virou e caminhou para fora do pátio – Se sobreviver um mês nessa situação, vou honrar o nosso trato e te libertar! – Falou antes de sair – Vamos ver se consegue! – Finalmente foi embora.

Você ainda está aí? – Zoro perguntou. Ele já não mais falava com Helmeppo e sim com o garoto com chapéu de palha que acabara de pular o muro pra dentro do pátio e estava agora parado em frente a ele. No lugar onde Helmeppo estivera. – Não dá mole não que ele conta pro papai dela, hein?!

– Eu sei. – Luffy respondeu calmamente – Mas sabe o que é? Eu to procurando companheiros para serem piratas junto comigo.

– Piratas? – Zoro retrucou desconfiado – Hmm… Você tá querendo virar bandido por vontade própria, é?

– É isso que eu quero! E qual problema de ser pirata?

Bom, mas e daí? O que você quer comigo? Por acaso vai me desamarrar só pra eu te acompanhar nessa besteira, é? – Zoro perguntou com ironia.

Ainda não decidi se eu vou te convidar pra vir comigo, não. Você tem fama de ser um cara mau. – Luffy disse tranquilamente.

Cara mau eu? – Sorriu – Não quero cortar o seu barato, mas se a condição for essa, eu tô fora. Tenho outras prioridades… E não preciso da sua ajuda pra sair daqui. Aquele idiota filhinho de papai prometeu me soltar se eu sobrevivesse um mês aqui de pé… E é isso que eu vou fazer, não importa como.  Porque eu tenho um objetivo a alcançar!

– Hmmm… Tá certo. Mas se fosse eu, morreria de fome na primeira semana. – Luffy comentou distraidamente.

Eu devo ter mais força de vontade que você então, portanto, vai procurar outro maluco pra ser seu companheiro.  – Depois disso, Luffy se virou e quando já estava indo embora ouviu – Ei! Uma coisa… Pega isso aí pra mim? – Apontou com a cabeça para o onigiri.

Tá pensando em comer isso aqui? – Luffy se abaixou e catou os restos da comida – Tá parecendo mais um bolinho de barro do que um bolinho de arroz. Mas nem com muita fome eu comeria isso…

– Para de tagarelar e joga isso pra mim! – Disse enquanto abria a boca ao máximo. Então Luffy, jogou toda aquela maça lamacenta na boca dele.  Com muita dificuldade, comeu tudo e voltou-se para Luffy – Você pode dar um recado para aquela garotinha por mim? Fala pra ela “Valeu. Estava excelente!”.

O rosto do Luffy se iluminou e o pirata riu.

—–

– Verdade? – A garotinha perguntou.

É sim! Comeu tudo, não deixou sobrar nem um grão! – Luffy respondeu todo contente.

Ai, que bom! – A garotinha exclamou feliz da vida.

Aquele sujeito… Será que ele é tão mau quanto falam? – Koby perguntou perplexo.

A conversa se iniciou depois que os três já haviam saído de perto da base da marinha e ido para no centro da pequena cidade.

Ah, não é não. – A menina respondeu – Aquele moço não fez nenhuma maldade. O pessoal da cidade só tinha medo do jeitão dele. Pra vocês terem uma idéia, ele só foi preso porque me salvou das garras do lobo de estimação do filho do Capitão Morgan, quando matou o lobo no meio da cidade… Todo mundo vivia com medo daquele lobo que andava solto pela cidade!

– Quer dizer que o Zoro só foi preso porque deu uma lição no lobo de estimação daquele almofadinha? – Luffy perguntou espantado.

Isso mesmo! – A menininha confirmou.

– Entendi… Faz sentido! – Koby comentou – Indiferente daquele gênio difícil que ele mostrou ter… Ser um caçador de recompensas não é crime.

– Os verdadeiros vilões são os Morgan, pai e filho!! – A garota falou irritada – Todos tem medo deles, porque qualquer coisa é motivo para executarem os outros.

– Hie! Hie! Hie! Hie! – Ouviram a risada ao longe – Todos de joelhos quando eu passar, senão conto pro meu pai!! – Helmeppo falou enquanto entrava na rua aonde os três estavam – Ou querem ser presos igual ao Roronoa Zoro?! Aquele que vai ser executado daqui a três dias! – Continuou andando, estava cada vez mais próximo de Luffy – Ele vai servir de um bom exemplo. Vocês não perdem por esperar!

– Três dias? – Luffy exclamou surpreso. Helmeppo estava a alguns passos de distância – E o acordo de um mês?

– Quê? Quem é você? Onde ouviu isso, seu insolente? – Helmeppo perguntou, ao notar que ele não havia se ajoelhado como todos da cidade – É claro que eu enganei ele, né?! Se ele acreditou, é porque ele é uma fera “demoniacamente” estúpida! Hie! Hie! Hie!

Então Luffy se lembrou da esperança que o Roronoa Zoro tinha em conseguir sua parte da promessa. O pirata ficou nervoso e não conseguiu se conter. Caminhou os poucos passos de distância entre ele e o mauricinho e segurou a gola de sua camisa. Com um único golpe bem dado, na enorme covinha que o playboy tinha no queixo, Helmeppo caiu no chão com o nariz e a boca sangrando. Já não tinha mais sentidos.

Luffy já estava pronto para bater mais naquele verme quando Koby se agarrou a ele.

Luffy-san!! Pare com isso! Calma!! Quer que toda a marinha venha atrás de você?! – O garoto de cabelos roxos e óculos gritou desesperado.

Esse cara não presta. – Luffy falou enquanto se controlava para não bater mais naquele saco de merda – Tá decidido, Koby!

– O quê?

– Vou levar o Zoro como meu companheiro!!! – Luffy disse firmemente.

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Capítulo 2 – Luffy Chapéu de Palha


 Uma pequena embarcação navegava sem rumo. Acima dela, uma revoada de pássaros voava em busca de alimentos. Ao redor, nada além de água em todas as direções.

– Hmm… Que tempo bom! – o garoto dentro do pequeno barquinho pensou em voz alta enquanto sorria – O dia tá tão gostoso… – disse enquanto tirava os remos da água – O clima certo para navegar… – encostou-se no barril que estava atrás de si. Apoiou uma das extremidades de um dos remos no seu ombro e a outra no chão a sua frente. Cruzou os braços e relaxou-os em cima do cabo do remo. – Não combina em nada com um naufrágio! – fechou os olhos e bocejou.

——

Luffy não sabia quanto tempo havia se passado desde que fechara os olhos. Poderiam ter passado alguns minutos ou algumas horas. Mas o barco começou a sacudir e ele acordou. Quando abriu os olhos, notou sem surpresa, que acabara de entrar em um redemoinho enorme.

Ninguém me avisou que eu ia cair num redemoinho desse tamanho, né? – Luffy disse calmamente ao constatar sua situação – Vacilei. – suspirou – Adoraria pedir ajuda pra alguém, mas não tem ninguém a vista… Se bem que estar no meio do redemoinho não é grande coisa… O problema é que eu não sei nadar… – Luffy estava coçando o queixo e parecia avaliar suas chances – Mas tanto faz saber ou não nadar num redemoinho desse tamanho, né? – Concluiu – Do que ia adiantar?

Cada vez mais, o barquinho se encaminhava para o olho do redemoinho. Enquanto isso, Luffy parecia que desconhecia completamente, os perigos devastadores de enfrentar um fenômeno da natureza como aquele. Apenas ficava ali, indo de um pensamento ao outro, sem de fato achar uma solução para o seu problema. Mas tudo bem, ele não tinha pressa.

——

Em uma ilha qualquer, um navio permanecia ancorado próximo a margem. Certamente, aquele era um navio singular e quem o visse, dificilmente se esqueceria dele.

As velas que pendiam dos seus três mastros, possuíam um enorme coração vermelho pintado no centro de cada uma delas. A figura esculpida no gurupés, era a de uma cabeça de pato, com olhos em formatos de coração e com um cordão de pérolas pendendo em seu pescoço. E para completar, o navio era todo pintado de rosa.

Seria quase possível afirmar, que aquele era o navio de alguma patricinha que estava por ali se divertindo. Não fosse, é claro, a bandeira preta que tremulava no alto do mastro central. No fundo negro, por cima de dois ossos cruzados, era possível ver o crânio de uma caveira virada de lado. No centro do crânio, mais um coração desenhado. Apesar de excêntrica, era claramente uma bandeira pirata.

No convés, uma mulher caminhava próxima à amurada* do navio.

Que poeira é essa?  – A mulher questionou ao passar o dedo no parapeito da amurada.

– S… S… Sinto muito Alvida-sama!! – algum tripulante claramente nervoso respondeu  – E… Eu juro que limpei cada canto do navio! – o sujeito tentou se desculpar – M… Mas eu limpo tudo de novo agora mesmo!! Por isso, me perdoe, por favor!!

– “Por favor”… o quê? – inquiriu a mulher secamente.

Por favor, me poupe de sua clava de ferro… – e neste instante ele notou que dera a resposta errada, porque a mulher começou a se movimentar – Socorro!! Eu não quero morrer!!! – tentou suplicar pela ultima vez, mas já era tarde. Pois instantes depois, ele fora arremessado a alguns metros de distância com o ataque de uma gigantesca clava de ferro.

Sangue escorria pelos enormes espinhos da arma e ao redor do corpo do sujeito que fora atacado, uma poça se formava. Mas a mulher não ligava nem um pouco, porque ele não havia dito aquilo que ela queria escutar.

– Koby! – Dessa vez, a mulher apontou sua clava para uma pequena criança de uns 14 ou 15 anos que se encontrava ali perto – Quem é a mais bela desses mares? – a mulher perguntou para o pequeno garotinho.

– Err… Eh, He, He… – o garoto de cabelos roxos e óculos, coçou a nuca, completamente sem-graça –  É claro que… é a senhora, Alvida-sama! – o garoto respondeu, enquanto suava de nervoso.

– Isso mesmo! – Agora sim, ela havia escutado o que queria – E eu odeio coisas sujas!! Um navio comandado por uma mulher como eu, também precisa ser belo! Certo?! – perguntou, enquanto lançava um olhar inquisidor para o garoto. No entanto não quis nem ouvir a resposta e continuou – Você sabe que eu só o mantenho vivo porque por alguma ironia do destino, você possui mais conhecimentos sobre os mares do que os outros emprestáveis desse navio.

– S… Sim, eu sei. E sou muito grato por isso, senhora. – Respondeu o garoto enquanto tremia de medo.

Se não fosse por isso, você seria só mais um inútil! – a mulher disse enquanto caminhava para mais próxima do garoto. Quando chegou perto, lhe deu um chute nas pernas para derrubá-lo de joelhos no chão, aos seus pés – Então, trate de engraxar os meus sapatos. Já!

– S… Sim! – o garoto respondeu enquanto se recuperava do golpe e pegava um pequeno paninho que estava em seu bolso. – Agora mesmo…!

– Não quero ver nem um grão de poeira nesse convés! – A mulher gritou para todos os tripulantes que estavam assistindo-a – Entenderam?!

– S… Sim senhora!! – todos responderam em uníssono enquanto morriam de medo e pegavam seus baldes e vassouras para começar mais uma faxina no navio.

Não sem motivo, todos aqueles homens a temiam. E a temiam por dois motivos principais: sua aparência e sua força.

Apesar de ser vaidosa, estar sempre com batom nos lábios e unhas pintadas, Alvida era uma monstra. Pesava algo em torno dos 450 quilos e provavelmente, era mais larga que uns três ou quatro homens que se posicionassem lado a lado. E apesar de ser um pouco mais alta que a maioria das pessoas normais, seus braços e pernas pareciam anormalmente curtos e sua enorme barriga ocupava uns 80% do seu corpo.

Vista de longe, parecia uma enorme bola de boliche fantasiada de pirata fashion. Uma completa aberração.

Por cima de seus longos cabelos sebosos, trajava um chapéu de caubói que tinha uma pluma rosa presa nele. Vestia um sobretudo azul marinho, típico dos capitães navais, por cima de uma camisa xadrez rosa. Tinha uma faixa lilás em volta de sua monumental cintura, usava uma calça branca que mal chegava ao meio de sua canela e calçava um sapato preto de bico fino.

Era uma ogra, e já era possível sentir medo dela, sem nem ao menos ver que ela mantinha uma pistola presa à sua cintura e carregava sempre à mão, sua terrível clava.

No entanto, Alvida além de ter a aparência assustadora, era a capitã daquele navio porque tinha méritos. Ela era uma pirata terrível. Possuía força e velocidade que eram incompatíveis com seu físico. Conseguia por exemplo, manusear com facilidade, sua clava de ferro que tinha mais de um metro de altura e pesava pelo menos 80 quilos. Habilidade essa, que a fez ficar conhecida como Alvida, A Clava de Ferro.

——

– Já chega! – Alvida esbravejou enquanto chutava o garoto para longe de si – Você é um lerdo mesmo!

– Err… Eh, He,He… S… Sinto muito… – o garoto de cabelos roxos respondeu enquanto se levantava. Seus óculos estavam quebrados e sua boca e seu nariz estavam sangrando. Ele suava frio de tanto medo.

Agora pare de resmungar e vá logo limpar os banheiros!! – a pirata ordenou enquanto ameaçava o garoto com sua clava.

S… Sim! Imediatamente Alvida-sama! – então o garoto se afastou do convés – Imediatamente… – Pensou em voz alta quando ninguém mais poderia ouvi-lo. Em seguida, começou a chorar em silêncio.

——

Muitos piratas costumam manter em algumas ilhas, pequenas bases de operações, onde possam manter um estoque de bebidas e mantimentos, guardar alguns de seus tesouros e utilizar a base na ilha como descanso alternativo ao navio. Com o bando de Alvida não era diferente. E ali, naquela mesma ilha, próxima ao local onde o navio dela estava ancorado, a pirata mantinha uma pequena adega junto a margem de uma floresta. E nela, um pequeno garoto de cabelos roxos cortados em formato de cunha, acabava de entrar rolando um barril adega adentro.

– Como é que é Koby? Achou um barril encalhado na praia? – um dos três seguranças da adega perguntou ao ver o garoto entrando.

– S… Sim, e acho que está cheio, o que devo fazer com isso…? – o garoto perguntou, torcendo para não arrumar problemas.

– Que sorte! – um segundo segurança de longos cabelos loiros interveio, enquanto colocava o barril em pé – Vamos beber isso aí!

– Mas, meu irmão, e se a capitã descobrir? – retrucou o primeiro segurança que tinha um cavanhaque, claramente com medo da poderosa clava de ferro.

– Ela não vai descobrir nada! – dessa vez foi o terceiro segurança que usava um lenço amarrado na cabeça quem interveio – Os únicos que vão saber disso, é a gente que tá aqui guardando a adega… Nós e o pirralho do Koby…– então virou-se com um olhar ameaçador para o garoto – Já sabe, né Koby…?

– S… Sim, claro! E… Eu não vi nada! Eh, He, He, He… – o garoto respondeu imediatamente, enquanto se encolhia em um canto da adega – N… Não precisa me bater por causa disso…

Então de repente, Crack! O barril se quebrou de dentro para fora, fazendo com que aqueles que antes discutiam o destino do barril, dessem um pulo pra trás, devido à tamanho susto. E dali de dentro, um garoto com um chapéu de palha surgiu. Com metade do corpo ainda dentro do barril, esticou os braços para o alto, como quem se espreguiçava, e soltou um tremendo bocejo.

Aaaaah!!! Que soneca boa! – Luffy exclamou em alto e bom som, depois de terminar de bocejar – É, parece que eu sobrevivi a mais essa! Achei que fosse morrer tonto de tanto girar!! Há, há, há, há, há!!! – aliviado, caiu na gargalhada, só então, percebeu que estava rodeado por quatro pessoas completamente perplexas com a sua aparição.  – Hm? Quem são vocês? – Luffy perguntou perplexo.

Quem somos nós?! – os seguranças responderam indignados – Quem é você? Isso sim! Onde já se viu alguém sair de dentro de um barril?!

Mas nesse instante, uma voz ecoou por toda a ilha. E uma clava de quase 100 quilos veio voando em direção à adega com uma força descomunal.

– Quem se atreve a enrolar durante o serviço ai?!! – a voz falou e momentos depois, a arma atingiu e destruiu o pequeno cômodo onde Luffy e os outros estavam.  O impacto foi tal, que fez com que todos fossem arremessados a muitos metros de distancia, em direção a floresta. Os dois garotos, por serem mais leves, que os pesados brutamontes seguranças, voaram ainda mais longe.

Respondam!! Quem é a mais bela desses mares? – a pirata inquiriu ao chegar próximo do local aonde os seguranças da adega fora arremessados.

Alvida-sama!! S… Sem dúvida algum, é a senhora Alvida-sama!! – o segurança loiro respondeu enquanto ainda se recuperava do impacto e temia por sua vida.

Isso mesmo! – Alvida retrucou um pouco mais satisfeita, mas ainda assim, completamente irritada. – E quem é o atrevido que está me desrespeitando?

– Hã? De jeito nenhum! O que a senhora está falando? – perplexo, o segurança loiro respondeu.

– Não se façam de bestas!! Escutei muito bem lá de dentro do navio! – seu enorme rosto já começava a ficar vermelho de tão irritada – Quem foi o insolente que ousou dormir durante o serviço?!

– Ah! – então o segurança com o lenço na cabeça se lembrou – N… Não é isso capitã! Nós temos um intruso!

– Isso mesmo!! Foi o Koby que trouxe um sujeito estranho dentro de um barril… – o segurança com cavanhaque completou, tentando se livrar do castigo.

– O quê? – Alvida parecia ter ficado preocupada – Será que é algum caçador de recompensas atrás da minha cabeça?!! Maldito Koby! Só falta aquele moleque ter me traído!!

– Mas o único caçador de recompensas que se tem notícias por estas bandas… – o pirata loiro começou a pensar em voz alta.

Não seja idiota!! – o sujeito de cavanhaque interrompeu o primeiro – Você sabe muito bem que “aquele lá” foi capturado pela marinha!!

– Quem garante que ele não tenha escapado? – Dessa vez foi Alvida quem falou, enquanto esboçava um pequeno sorriso por se imaginar desafiando um caçador de recompensas. – Principalmente se ele for mesmo o temido Roronoa Zoro!!

——

– Err… Você está bem? Machucou? – O garoto de cabelos roxos perguntou para Luffy, depois de encontrá-lo ainda dentro do barril, no meio da floresta – Fomos jogados bem longe, hein?

– Há, há, há, há!!! – Luffy parecia estar se divertindo com aquela situação – Eu tô bem sim! Foi só um susto. Eu me chamo Luffy… Mas que lugar é este?

– A Alvida-sama, a Pirata da Clava de Ferro, usa esta ilha para ancorar o navio dela… E eu sou o faz-tudo dela. Meu nome é Koby.

– Hmm… Ah, tá. Não que isso faça alguma diferença para mim… – Luffy disse com a maior tranqüilidade enquanto saia de dentro do barril – A propósito, você não teria um barco para me emprestar? Eu perdi o meu num redemoinho.

– R… Redemoinho!!! – Koby disse enquanto levantava as sobrancelhas de espanto – Você sobreviveu a um redemoinho?!

– Pois é. Você não sabe o baita susto que eu levei. – Luffy respondeu enquanto soltava um suspiro por ter se lembrado da situação.

Susto? Você podia ter morrido… – Koby retrucou espantado – Bom, eu tenho um barco, mas…

——

– O que é isso? – Luffy perguntou enquanto olhava desanimado para um projeto de barco, feito com inúmeras tábuas remendadas – Um caixão?

– Não parece, mas é um barco… – um envergonhado Koby respondeu – Eu mesmo o montei… Demorei dois anos inteiros…

– Dois anos? – Luffy respondeu – Tudo isso? E você não vai usar ele?

– Não… Não vou. Comecei a construir esse barco pensando em fugir daqui… Mas eu nunca vou ter coragem pra isso… O meu destino é ser um faz-tudo pro resto da vida. – um conformado Koby relatou – Apesar de que… Tem algo que eu gostaria muito de fazer…

– Ué? Então pega isso e foge! – Luffy disse pensando na solução mais óbvia.

I… Impossível! Não, não! Só de pensar na Alvida-sama me capturando, minhas pernas tremem!! Eu morro de medo!! – Enquanto falava, Koby balançava a cabeça, como se tentasse se livrar daquele pensamento – Sim… Meu destino foi selado naquele dia em que eu sai pra pescar e tive o azar de entrar por engano, em um navio pirata!! – Koby relatou – Desde então, eles me obrigam a trabalhar como navegador e faz-tudo… Isso, se eu quiser sobreviver…

– Caramba, como você é burro e azarado, hein? – Luffy disse honestamente – Ainda por cima, parece que você não tem um pingo de fibra… Acho que não gosto do seu jeito, não. Há, há, há!

– Não precisava jogar na cara também… – Koby respondeu completamente deprimido – Mas tem razão… Se eu pelo menos tivesse coragem de entrar em um barril e sair boiando pelo mar afora… Mas e você, Luffy-san? Por que se aventurou no mar?

– Hi, hi! Eu pretendo… – Luffy começou a falar, mas não sem antes abrir um grande sorriso – Ser o Rei dos Piratas!!!

– Hã… R… Rei? Reis dos Piratas? Mas esse é o título reservado para aquele que conseguir conquistar tudo nesse mundo!!! – Koby estava completamente atônito, simplesmente não acreditava no que aquele garoto um pouco mais velho que ele estava falando – E isso significa que você precisaria encontrar o grande tesouro… O símbolo único de riqueza, fama e poder… O “One Piece”!!! Isso é arriscado! Você pode morrer!! – Koby continuou – Todos os piratas do mundo estão atrás desse tesouro!

Enquanto o faz-tudo se mostrava completamente nervoso com aquela declaração, Luffy estava sentado tranquilamente na borda do pequeno barquinho de fuga.

Assim como eu. – o pirata respondeu calmamente.

Não, não! Isso é impossível!! – cada vez Koby ficava mais incrédulo – Não, não, não! Isso é absolutamente impossível!! Tentar ser o Rei dos Piratas, justo na grande era dos piratas?! Isso é absolutamente impossí… Argh!!! – Então Koby caiu no chão. Segurava a cabeça com as duas mãos, e já era possível ver um pequeno “galo”em sua testa – Ei, P… Porque você me bateu?

– Porque me deu vontade! – Luffy respondeu com cara de emburrado – Você tava me enchendo o saco com esse papo de não dá, não dá.

Mas tudo bem… Eu já estou acostumado… – Koby falou conformado, enquanto se levantava.

 – Se você quer saber, a morte não me assusta! – Luffy falou enquanto levava uma de suas mãos ao seu chapéu de palha – Eu já decidi o que quero ser. – Tirou o chapéu e pousou os olhos nele antes de continuar – E não me importo de morrer lutando para conseguir chegar lá.

– Não tem medo de morrer?! – Koby pensou espantado – Que determinação!!

– É que eu acho que consigo chegar lá, sabe? – Luffy encostou o chapéu junto ao peito – Será que é tão difícil assim? – Refletiu Luffy.

Nunca tinha pensado dessa forma… – Koby começou a lacrimejar – Será que eu consigo também…? Com essa determinação… Será que eu consigo entrar… P… Para a marinha?

– Hã? O quê? – Luffy questionou, enquanto colocava o chapéu de volta na cabeça – Marinha?

– Eu sei que seríamos inimigos… Mas entrar para a marinha, exercer um cargo importante e capturar criminosos… – Koby desabafava enquanto lágrimas corriam pelo seu rosto – É o meu maior sonho desde pequeno!!! Será que eu consigo Luffy-san?!

Eu sei lá. – Luffy respondeu, até um pouco surpreso com a recente reação do garoto baixinho e de óculos.

– Não, eu tenho que conseguir!!! – Koby continuou traçando seus futuros objetivos em voz alta – Em vez de desperdiçar a minha vida aqui como um faz-tudo, eu prefiro arriscar o meu pescoço e fugir pra entrar na marinha!! E, um dia, vou prender a Alvida-sama… Não! A pirata Alvida!!!

– Vai prender quem, Koby? – Finalmente, a pirata da clava de ferro havia achado o traidor e o intruso. E ao surgir na clareira onde os dois estavam, Alvida já chegou desferindo golpes a ermo.

Meu barco…! – Koby exclamou ao ver o fruto de dois anos de seu trabalho, ser esmagado por uma das pancadas da pirata.

Pensou mesmo que ia escapar de mim?! – Alvida desafiou Koby, ao perceber o que acabara de destruir – E esse ai? É o caçador de recompensas que você contratou para acabar comigo? – Falou apontando sua clava para Luffy – Se bem que ele não me parece o Roronoa Zoro. – Disse com desdém – Mas agora eu vou perguntar pela última vez, e talvez eu ainda te mantenha vivo… Quem é a mais bela destes mares? Hein Koby?!

– Eh, He, He, He, He… Mas é claro que… – Koby começou a falar, voltando a suar de medo.

Quem é essa ogra velha?  – Luffy apontava para a pirata e interrompeu Koby antes que ele pudesse concluir.

Ao ouvirem isso Koby, Alvida e todos os outros tripulantes que há essa hora já haviam se reunido ali, ficaram em estado de choque. Era simplesmente inconcebível alguém falar isso para Alvida, A Pirata da Clava de Ferro.

Luffy-san!! Retire já o que disse! – Koby começou a falar desesperadamente – Neste mares, não há mulher mais… Mais… – foi então que começou a gaguejar enquanto se lembrava, subitamente, de tudo que o garoto com chapéu de palha havia falado. – Mais… Mais… – Ele queria ser o Rei dos Piratas, e não tinha nenhum pouco de medo de morrer enquanto lutasse pelos seus sonhos. Koby o admirava – Mais ogra e puta do que ela!!! – Finalmente o garoto reuniu coragem e desabafou gritando o mais alto que podia.

Seu moleque de merda!! – berrou Alvida, que já estava quase explodindo de tanto ódio, enquanto caminhava ameaçadoramente, em direção aos dois garotos.

– Ah! Há! Há! Há! Há! Há! Há! – Luffy gargalhou copiosamente vendo toda aquela cena.

– Não me arrependo! Não me arrependo!! – Koby pensava em voz alta,  enquanto via Alvida se aproximar com sua clava erguida – Eu consegui dizer! – Então começou a chorar, num misto de felicidade e medo por sua morte eminente – Eu lutei pelos meus sonhos! Eu lutei!!

– Mandou bem Koby! – Luffy disse ainda rindo – Agora se afasta! – E então empurrou o garoto para longe do alcance de Alvida, que já se preparava para o seu golpe mortal.

Da na mesma seu moleque de merda! – Alvida esbravejou ao erguer a clava acima de sua cabeça – Nenhum dos dois vai sair vivo daqui hoje!!! – gritou mais uma vez, enquanto desferia com a potência das duas mãos, aquele que talvez tenha sido o golpe mais forte que jamais dera.

Luffy não se desviou do golpe e clava acertou em cheio a sua cabeça, bem em cima de seu chapéu de palha.

Todos esperavam que ele estivesse morto.

Ah! Há! Há! Há! Isso não me afeta! – Mas então, Luffy riu mais uma vez – Porque eu sou de borracha!

– N… Não pode ser!!! – Disse Alvida, se sentido com medo pela primeira vez na vida – Mas eu te atingi com a minha clava de ferro!

– Gomu-Gomu-no… – Luffy começou ao falar enquanto se colocava em postura de luta, pronto para acabar com aquela confusão toda – Pistol!

– O quê?! – Foi tudo que a pirata conseguiu falar, antes de ser atingida com o potente soco de Luffy, no meio de sua cara.

Com o golpe, Luffy fez seu braço se esticar por alguns metros, arremessando Alvida contra as árvores da borda da clareira aonde eles se encontravam.

Ao cair no chão, A Pirata da Clava de Ferro, foi rodeada pelos seus subordinados, que constataram que ela estava sem sentidos. E permaneceria assim por muitas horas…

– O braço… O braço dele esticou… – Algum dos piratas falou, em estado de choque.

– Alvida-sama! – Um outro pirata gritou, tentando reanimá-la – A capitã foi derrotada! Não é possível! Esse moleque é um monstro!

Ei! – Luffy interrompeu os piratas. Pela primeira vez no dia, sua expressão era séria – Vocês devem um barco pro Koby! – disse enquanto apontava um dedo, ameaçadoramente para eles – Ele disse que quer entrar para a marinha. Por isso, deixem ele ir em paz. Entenderam?

– S… Sim senhor! – Os piratas responderam, paralisados de medo.

Vendo que tinha sido entendido e que não teria mais problemas, Luffy voltou a rir. E Koby, a chorar. Dessa vez de felicidade.

——

Algum tempo depois, os dois garotos já estavam conversando amistosamente em um pequeno barquinho a vela, a alguns quilômetros de distância do navio da Pirata da Clava de Ferro.

Então, você comeu a gomu-gomu-no-mi… Isso é incrível! Mas, Luffy-san… Você sabe que ir atrás do One Piece…  – Koby comentou com um pouco de tensão em sua voz – Significa ter que viajar pela Grand Line? A Grande Rota, não sabe?

– Aham! – Luffy disse simplesmente.

­- Sabe também que aquela rota é tão perigosa que tem o apelido de “cemitério dos piratas”? – Koby continuou.

– Eu sei. Por isso que eu vou precisar de bons companheiros… – o pirata respondeu tranquilamente – Como esse cara, que você disse que está preso lá na base da marinha pra onde você está indo.

– Ah… Você tá falando do Roronoa Zoro? – Koby se lembrou.

– É! Se ele for legal, eu tava pensando em convidá-lo para vir comigo! – Luffy respondeu sorrindo.

Hããã?! De novo você com essas loucuras!!! – Koby falou exasperado – É impossível! Não, não, não! Dizem que ele mais parece uma fera demoníaca!!

– Fera demoníaca é? – Luffy comentou com interesse – Quem disse? Você não o conhece.

– Roronoa Zoro é um sujeito terrível, mais conhecido com o “Caça-Piratas”! – Koby continuou tentando dissuadir Luffy – Dizem que ele é como um cão sedento por sangue… Que atravessa os mares farejando cabeças a prêmio! As pessoas o chamam de fera demoníaca em forma humana! Por isso, desista dessa idéia maluca de torná-lo seu companheiro… Chamar um cara desses pra ir com você é loucura!

 – Hmmm… – Luffy ponderou – Não, eu ainda não decidi isso. Eu disse que se ele for legal…

– Se ele fosse legal, não estaria preso né?!! – Koby insistiu novamente.

—–

E assim, o pequeno barquinho avança em direção a uma das bases da marinha. Dentro dele, um aspirante a pirata e outro a marinheiro.

_______________

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Capítulo 1 – Romance Dawn, o amanhecer de uma aventura


Naquela pequena vila portuária, a paz parecia reinar absoluta. Até que, em uma manhã qualquer, um pequeno garotinho de cerca de 6 anos que morava na vila, resolveu quebrar a rotina pacata da cidade e subir no gurupés*, que tinha o formato de um dragão feito com traços minimalistas, de um navio que já estava atracado naquela região há mais ou menos um ano.

Se ele tivesse subido em qualquer um dos outros barcos que ali estavam, esse evento seria indigno de nota. Mas como o vento leste soprava forte naquele dia, foi fácil notar a bandeira que tremulava no mastro principal daquele navio. Ela era negra com a pintura de duas espadas cruzadas e por cima delas uma caveira com três listras vermelhas cortando diagonalmente a região que uma vez, pertencera ao olho esquerdo daquele crânio.

Aquela bandeira inspirava medo para os que a viam, confiança para aqueles que estava sobre ela e segurança para quem nunca teve que por os olhos em uma. Era uma Jolly Roger, uma bandeira pirata.

– Ô, Luffy, o quê você vai fazer? – uma voz surpreendentemente amistosa, que vinha de dentro do navio pirata, irrompeu o silêncio.

– Hm! Eu não tô brincando não! Já tô cheio disso! – o garotinho se chamava Monkey D. Luffy. Ele estava prostrado no ponto mais alto do gurupés, virado para a tripulação do navio, tinha uma séria expressão no rosto e empunhava uma adaga no braço esquerdo que acabara de erguer – Agora eu vou provar pra vocês!

Então um sujeito com um chapéu de palha e um camisão largo, gritou em resposta lá do meio do convés.

– Hã, hã. Ok!  Mostra aí! Seja lá o que for! – E alguém do lado dele complementou – Lá vem o Luffy aprontando mais uma!

Mas para a mais completa surpresa de todos que viam aquela cena, o garotinho pegou a adaga com as duas mãos, viro-a para si e sem a menor cerimonia, forçou-a em direção ao seu rosto. Com a lâmina, fez um corte do tamanho de uma sobrancelha, logo abaixo do seu olho esquerdo.

– Quê…?! S… Seu idiota! O quê pensa que tá fazendo? – todos os piratas gritaram em uníssono enquanto o garoto começava a gemer de dor.

——

 Depois do que aconteceu, todos se dirigiram para a pequena adega que sempre freqüentavam naquela pequena vila.

Um brinde companheiros!! – um dos piratas iniciou o brinde – À fibra do Luffy… E ao sucesso da nossa jornada!!

Os piratas e o garoto, estavam sozinhos no bar e agiam como se estivessem em casa. Comiam de tudo, bebiam quantidades absurdas de álcool, fumavam, falavam alto, colocavam os pés em cima das mesas, enfim, o clima era de festa. Vira e mexe podia-se ouvir coisas desse tipo.

– Há, há! Vamos beber cambada! – algum dos piratas incentivava – Cerveja! Cadê a cerveja? Traz mais aqui! – e outros respondiam.

– Ô seu ladrão! Essa carne é minha! – e eventualmente até brigavam pela parte mais suculenta da comida – Sai fora! Agora é minha!

– Para com isso, dois bêbados brigando é o fim da picada!!  – mas no final o clima era de companheirismo e todos estavam se divertindo.

Enquanto isso, sentado no balcão do bar, Luffy conversava com o pirata de chapéu de palha.

Olha só! Não doeu nada… – o garoto estava apontava o dedo para sua mais nova cicatriz no rosto. Mas estava claro que ele mentia descaradamente, pois se esforçava para não chorar de dor.

– Mentiroso! Se liga na besteira que você fez!! – disse com raiva o pirata.

– Mas eu não tenho medo de me machucar, tá?! Por isso, vocês bem que podiam me levar na próxima viagem né?! – falando isso, Luffy perdeu completamente a dor e abriu um largo sorriso – Eu tô louco pra ser pirata!!

– Quê? Você nunca vai ser um pirata!! – rebateu o pirata com quem o garoto estava falando. Seu nome era Shanks, e sua alcunha era O Ruivo, ele era o capitão daqueles piratas. Shanks podia ser reconhecido por suas três principais marcas pessoais. Seu cabelo vermelho sangue, seu chapéu de palha que sempre carregava consigo e sua temível cicatriz em diagonal atravessando seu olho esquerdo. Parecia que um lobo havia enfiado três enormes garras no meio de sua testa e rasgado sua pele até quase sua orelha. – Onde já se viu um pirata que não sabe nadar?!

– Ué! É só eu não cair na água! – Respondeu Luffy, na maior cara de pau. – E eu sou bom de briga, viu?! – acrescentou. – Tenho treinado duro! Meu soco é forte como uma pistola!! – Ao terminar de falar isso, ainda imitou o barulho de uma. – Pow!

– Pistola? – comentou um desacreditado Shanks – Ahã… Sei…

– Tá duvidando de mim, é?! – Resmungou Luffy.

E os dois poderiam ter ficado ali discutindo durante muito tempo, mas lá de trás, aonde estava acontecendo aquela algazarra toda, um pirata extremamente gordo, de óculos escuros e camisa listrada verticalmente, comentou:

– Ei, Luffy! Deixa esse mau humor de lado! Pega leve! Para um pirata é tudo curtição!

Então um sujeito moreno, de brincos e com uma tiara prendendo seus dreads, que estava ao lado do gordão complementou:

O mar é grande! É imenso! Tem muitas ilhas para se aventurar! E o melhor de tudo é que somos pássaros livres para voar!

Ouvindo tudo aquilo, a vontade do garoto de se tornar um pirata ficou ainda maior. Já estava até abrindo um largo sorriso quando Shanks veio derramar um balde de água fria em cima das expectativas dele:

– Ei, vocês aí! Parem de botar minhocas na cabeça dele! – E em resposta, ouviu dos seus companheiros piratas – Mas a gente só está falando a verdade…

Então um tripulante que tinha a tatuagem de um naipe de espadas no canto da testa e que até então havia ficado calado comentou:

– Ah chefe, dá uma chance pra ele. O que custa levar o menino em pelo menos uma viagem? – nessa hora os outros piratas que estavam ouvindo aquela conversa, emitiram sons para manifestarem a aceitação àquela sugestão. – Uhum!

– Se eu fizer isso, então alguém vai ter que ficar em terra para dar lugar a ele. – Com isso Shanks conseguiu encerrar a discussão imediatamente, e só deu tempo de ver aqueles que uma vez estavam a favor do menino, virarem-se e comentar – Ok, fim de papo! Vamos beber!

Ao ver aqueles que o estavam ajudando, indo embora, Luffy gritou:

– Pô, vocês não estavam do meu lado?! – Mas parece que nem um deles estava disposto a abdicar de suas posições como piratas.

O problema é que você ainda é muito criança. – falou Shanks para o garoto que estava ficando cada vez mais nervoso. – Daqui a dez anos, até posso pensar no seu caso.

– Ah Shanks! Para de ser chato!! Eu não sou criança, tá?! – retrucou Luffy, quase soltando fumaça pela orelhas de tão nervoso.

– Ah, não fica bravo comigo. – nisso o Ruivo abriu uma garrafa de leite, serviu um copo e passou para o menino – Toma um leitinho para acalmar vai…

– Oba, valeu! – parecia que Luffy tinha esquecido completamente o seu nervosismo. Pegou o copo e imediatamente bebeu quase todo o conteúdo.

– Da! Há! Há! Há! Há! Bebendo leitinho com essa vontade toda e ainda diz que não é criança!! – Shanks sacaneou.

– Eí, isso não vale! – o garoto rosnou quando percebeu que foi zoado. Desiludido, saiu de perto do Ruivo e foi parar ao lado de um pirata de cabelos compridos e com cicatrizes em ambos os braços, que estava fumando sentado em uma mesa ali perto. Ao chegar ali, nem se deu conta da presença do sujeito e resmungou – Hunf! Cansei! Nem com essa cicatriz no rosto ele se convence?!

– Luffy – respondeu o sujeito – Você precisa entender o lado do chefe.

– Imediato!* – se assustou Luffy ao perceber com quem estava falando – Como assim, o lado do Shanks?

– Veja bem… pode não parecer, mas ele é o cabeça que comanda um navio inteiro. Se, por um lado, ele conhece as alegrias de ser um pirata… Também conhece na pele a dureza e os riscos desta profissão. – Vendo que Luffy não estava compreendendo, continuou – Você entende? Não é que ele esteja desprezando essa sua grande vontade de ser um pirata.

– Não entendo não! O Shanks só está se divertindo às minhas custas. – Nisso ele se virou e apontou na direção do capitão, que ainda estava rindo dele. – Viu só?!

Nessa hora, Makino, a bela e jovem dona do bar, entrou carregando mais um barril de cerveja para os piratas. Vendo Shanks rindo, comentou:

– Sempre alegre, hein, capitão?

– Ah, sim! Implicar com ele é o meu passatempo predileto! – Respondeu Shanks olhando na direção do garoto.

Então o imediato, que havia acompanhado a conversa do seu capitão com a dona do bar se virou para o Luffy e concluiu:

– É, você tem razão. Ele adora se divertir às suas custas.

Mas para quebrar aquele clima, Makino sugeriu:

Luffy, você quer comer alguma coisa?

– Claro! Põe na ”conta do tesouro”… – Alegrou-se Luffy.

lá vem a golpe da “conta do tesouro”! – comentou Shanks, que observava a conversa de perto – Você tá tentando enrolar né?!

– Não tô, não!! – respondeu Luffy, já pegando os seus talheres – Quando eu for pirata e encontrar o meu primeiro tesouro, venho pagar a conta aqui no bar!

– Hu, Hu, Hu! Já estou ansiosa, viu? – divertiu-se Makino, enquanto servia um prato para Shanks e um para Luffy.

Depois de já ter comido mais da metade de sua refeição em silêncio, Luffy virou-se para o capitão dos piratas.

– Shanks… – disse enquanto ainda brigava para arrancar no dente, um pedaço de carne. O garoto parecia preocupado.

Que é? – respondeu o Ruivo, enquanto comia mais uma porção de arroz de seu prato.

Quanto tempo mais vocês vão ficar na vila? – completou o menino.

– Deixe me ver… – Shanks analisou – já faz mais de um ano que usamos esta vila com base, né? – o pirata parou pra pensar – Acho que mais umas duas ou três viagens e a gente sai pra algum lugar mais ao norte.

– Hmm… – Luffy soltou um grunhido de satisfação, depois de finalmente conseguir arrancar uma mordida do pedaço de bife – Mais duas ou três vezes… só? – Respondeu com a expressão visivelmente triste. Mas então se lembrou de uma coisa que o fez achar que tinha uma chance –  Até lá, eu vou aprender a nadar! – pegou um pedaço de pão.

– Isso é ótimo! – Shanks respondeu – É melhor se virar! Boa sorte!

Foi então que de repente, alguém chutou a porta do bar, causando um enorme estrondo e chamando a atenção de todos ali presentes.

– Dá licença aí. – Um sujeito que estava à porta falou. Quase era possível lamber o cinismo em sua voz – Yo, ho… Então, esses são os famosos piratas do mar, é…? – Era um homem alto, com uma barbixa pontuda, estava com a camisa de botões aberta, deixando a mostra, um cordão de pequenas esferas que estava por cima da camiseta branca que vestia por baixo, mas que mal tapava seu peito. – É a primeira vez que vejo… tanta cara de otário junta na minha vida. – Saiu da porta e começou a andar em direção ao bar.

            Todos o olhavam, menos um certo pirata com chapéu de palha. No entanto, apesar de prestar atenção, Luffy continuava comendo compulsivamente. Agora acabara de pegar uma fruta qualquer.

– Somos ladrões da montanha – anunciou o sujeito ao chegar no balcão. Ele tinha uma cicatriz em formato de x no lado direito da testa. Seu nome era Higuma. – Mas… não viemos assaltar o seu bar, não. – disse olhando em direção a Makino – Só quero comprar umas bebidas. Uns dez barris está bom.

            – Sinto muito… – respondeu a jovem amedrontada de traz do balcão – Mas a bebida acabou.

            – Hmm? – O bandido olhou ao redor e retrucou – Que estranho. Então, o que esses piratas estão bebendo? – Foi até a direção de Shanks, apontou para a garrafa que ele estava bebendo e perguntou – Isso é água, por acaso?

            – Não, o que eu estou dizendo… – Makino interveio antes que o pirata pudesse abrir a boca – É que essa era toda a bebida que tinha em estoque…

Ô, desculpa aí… – Dessa vez foi Shanks quem falou. – Parece que a gente acabou com toda a bebida do bar, né? – E com cara de sem graça acrescentou – Foi mal… – Nisso ele pegou sua própria bebida e ofereceu ao desconhecido – Se não se importar, pode levar esta garrafa. Ainda está fechada.

Higuma olhou com desdém para o ato de Shanks, mas pareceu aceitar o presente. Pegou a garrafa da mão do Ruivo, e sem ao menos piscar, quebrou-a na cabeça do pirata. E enquanto a tripulação pirata observava apreensivamente a situação, o bando de ladrões agiam com ar de superioridade. Embora o número de piratas e ladrões fossem equivalentes.

– Qual é, seu merda?! Pensa que tá falando com quem? –Indagou Higuma à um Shanks visivelmente abalado. – Não vem com gracinhas não… Uma garrafa não dá nem para molhar a garganta!

– Poxa… – Lamentou Shanks, completamente alheio ao que o bandido estava dizendo – Molhou o chão todo…

-Tá vendo isso aqui? – perguntou Higuma ao desenrolar um rolo de papel que acabara de tirar de suas vestes – Minha cabeça vale oito milhões de berries. – disse apontando para o cartaz de procurado que tinha em suas mãos – Sou um procurado de primeira categoria… Já matei cinqüenta e seis vermes como você. Então se você entendeu, vê se sai da minha frente e toma cuidado. Apesar de que, comigo nas montanhas e você no mar, vai ser difícil a gente se cruzar de novo.

– Desculpa por isso, viu, Makino-san? – Shanks continuava agindo como se Higuma não estivesse ali. Abaixou-se e começou a recolher os cacos de vidro da garrafa. Até parecia que ele que tinha derrubado a bebida no chão. – Tem um pano aí pra enxugar o chão? – perguntou para a dona do bar.

            – Gosta de limpar o chão, não é? – Irritado por ser ignorado por Shanks, Higuma sacou sua espada e com um rápido movimento, jogou ao chão, todos os objetos que estavam em cima do balcão do bar. – Assim você tem mais com o que se divertir, certo…?! – E com um rápido giro, se virou e foi em direção a porta. Antes de sair comentou para que todos ouvissem – Tchauzinho, bando de frouxos! – já do lado de fora, virou para o seu bando e falou – Sem bebida, não tem graça. Vamos para outra cidade… – E assim foram embora.

Makino agachou-se ao lado de Shanks, que estava caído com as costas apoiadas no balcão, desde que o bandido atirara os pratos ao chão.

Capitão, você está bem? –  perguntou a jovem – Se machucou?

– Ah… tô bem, não se preocupa não – soltou um suspiro, e abriu um sorriso – Pff!!

Então a atmosfera que até então era de pura tenção, subitamente mudou da água para o vinho e todos os piratas do navio do Ruivo começaram a gargalhar compulsivamente.

– Daaa, há, há, há, há! Mas que mico, hein, capitão?! – comentou o pirata mais gordo de todos – Ele te pegou em cheio!!

– Há! Há! Há! Há! Há! – Agora até o Ruivo estava gargalhando sem a menor cerimônia.

Luffy que agora já tinha terminado de comer, se levantou, foi em direção ao Shanks, e berrou completamente indignado.

– Vocês estão rindo do que?! – os piratas olharam para ele sem entender a reação do garoto – que papelão foi esse?! – dirigiu-se ao líder dos piratas –  Por que você não reagiu Shanks?! – Luffy estava vermelho e as veias da testa do garoto chegavam a saltar tamanha a sua raiva, mas continuou – Tá certo que eles eram muitos e pareciam fortes!! Mas homem que é homem, não fica rindo depois de sofrer uma humilhação dessas!! – o garoto estava tão nervoso que chegava a pingar de suor – Isso não é atitude de um pirata!

– Eu até te entendo… – o capitão comentou, ainda meio sem graça de ter levado um esporro de um moleque de 6 anos – Mas foi só uma bebida na cara, nada que justificasse uma briga. – concluiu Shanks.

– Não quero saber!! – Luffy se virou para ir embora. Estava muito bravo com aqueles piratas. Eles o decepcionaram. – Eu não falo com covardes!!

– Ô, peraí Luffy… – comentou Shanks ao segurar seu braço do menino, para tentar evitar que ele fosse embora, porque apesar de implicar muito com ele, no fundo ele adorava aquele moleque.

Foi quando aconteceu algo que chocou a todos. Enquanto Shanks segurava Luffy pelo braço, o garoto, que estava completamente decidido, continuou sua caminhada até a saída. No entanto, ao chegar no meio do caminho, notou que Shanks continuava o segurando, mas não fora o Ruivo que o acompanhara em sua rota até a saída. O que aconteceu, foi que seu braço simplesmente esticou por todo o caminho que percorrera Agora, a distância de seu ombro até o seu pulso, era de mais de cinco metros. Algo de muito errado havia acontecido ali.

– Hã?! O braço dele esticou?! – Falou um Shanks completamente consternado, enquanto soltava o braço do garoto.

– O que tá acontecendo comigo?! – berrou Luffy ao ver que quando Shanks soltou seu braço, o mesmo voltou, num movimento ágil, imediatamente ao lugar.

Mas parece que alguém entendeu o que havia acontecido. O pirata gordo e de camisa listrada, começou a rapidamente procurar algo, e então sua expressão facial mudou completamente. De surpreso com aquela situação, passou a ter medo. Pegou um caderno e rabiscou algo. Virou-se para os piratas e comentou.

– A tal “Gomu-Gomu-no-mi”, que pilhamos do navio inimigo sumiu! – dessa vez se virou para o Luffy e tenso, lhe mostrou o que havia desenhado no caderno – Luffy, por acaso você comeu uma fruta parecida com essa? – o desenho era de uma fruta que se parecia com uma laranja, mas era roxa, e sua casca parecia ter uma série de padrões circulares desenhados.

– S… Sim! – respondeu Luffy ainda meio sem graça, sem entender o desespero daquele pirata. – Ela estava em uma caixinha ali perto do balcão. Achei que fosse a sobremesa – começava a achar que aquele pirata gordo queria a fruta só pra ele – Mas tava tão ruim… – acrescentou Luffy para tentar remediar a situação.

– Então você não sabe o que é a Gomu-Gomu-no-mi?!! – Dessa vez foi Shanks quem falou – Ela é um dos tesouros dos mares, pode fazer de qualquer um, um homem rico! Ela também é conhecida como Akuma-no-mi, a fruta do diabo! – Shanks estava visivelmente nervoso, coisa que não combinava com a sua personalidade calma e controlada – Quem come a Gomu-Gomu-no-mi, se transforma em um homem borracha!! E  nunca mais consegue nadar! E esse é o pior pesadelo pra qualquer pirata!

– Ah não!! – Lamentou Luffy.

—— 

Feliz da vida, Luffy foi correndo à peixaria da vila. Já haviam se passado alguns dias desde que comera a fruta do diabo.

– Me vê um peixe, tio peixeiro! – disse com um sorriso no rosto.

Oi Luffy! Alegre como sempre, hein? – o peixeiro comentou – Hoje, os piratas saíram de viagem e te deixaram pra trás de novo, não foi? – curioso, acabou perguntando – E esse corpo de borracha? É verdade que nunca mais vai conseguir nadar?

É verdade, mas não tem problema não… Se eu não posso nadar, vou virar um pirata que nunca caí do navio! – Respondeu o garoto – E, na verdade, eu to até feliz, porque essa tal de gomu-gomu-no-mi… – enquanto falava, pegou suas bochechas com cada uma das mãos e puxou-as até seus braços ficarem esticados. Uma cena completamente bizarra. – me transformou em um homem-borracha.

Por trás do garoto, surgiu um senhor baixinho, com barba por fazer, óculos, um chapéu que mais parecia um vazo de planta e uma muleta.

– E daí que é engraçado e que a vila toda se diverte vendo você fazer isso? Do que adianta? – resmungou o senhor – Um corpo que estica como borracha? Grande coisa!

– Seu prefeito! – Exclamou Luffy ao se virar.

Vou repetir quantas vezes for necessário, Luffy! Não vou permitir que você se torne um pirata, ouviu?! – E o velho não cessava seu esporro – Isso seria a vergonha da vila! – Enquanto o prefeito falava, Luffy, num típico gesto infantil, tapou os ouvidos para não ouvi-lo, mas ele continuou – Aquele capitão parece ser sensato, mas você está proibido de andar com eles!!

——-

O Partys Bar, que outrora estivera lotado, agora permanecia em seu estado habitual. Completamente vazio. Dentro dele, apenas duas pessoas.

– Já faz tempo que o capitão e seus homens saíram de viagem, não? – Perguntou Makino enquanto lavava alguns copos – Está com saudades, Luffy?

– Nem um pouco! Eu ainda não perdoei o Shanks, tá? – respondeu o garoto, enquanto brincava com os gelos que estavam em seu copo. – Eu me enganei sobre ele e os outros! Achei que eram piratas destemidos… Que decepção.

– Será? A meu ver, é muito mais valente aquele que consegue rir de uma situação como aquela.  – Comentou a dona do bar.

– Makino, você não entende nada disso. – Se emburrou Luffy – Tem momentos na vida de um homem em que ele precisa lutar!!

– É mesmo…? Disse rindo – Poxa, que boba eu sou.

– É boba mesmo… – A porta do bar se abriu.

Com licença… – Eles já haviam escutado aquela voz antes. Antes mesmo de se virarem para constatarem quem era, já sentiram um arrepio subindo a espinha. – Ah, sem piratas hoje…? Bem que o lugar parecia mais calmo mesmo… – Higuma estava de volta ao bar. – Estávamos de passagem e resolvemos brindar este lugar com a nossa presença. – Ele e toda a sua gangue entraram no bar e ocuparam todas as mesas. – Não tá vendo os fregueses aqui?! – Perguntou ao perceber que Makino não havia se movido – Bebida para todos! Agora!

——

A jovem corria. Estava suada, ofegante e cansada, mas precisava correr o mais rápido que podia. Quando chegou, não sabia se ainda teria tempo. Abriu a porta do gabinete e implorou.

– Senhor prefeito! Socorro!

– Que afobação toda é essa, Makino? – Perguntou, enquanto abaixava a sua xícara de café que mal estava prestes a beber, quando a dona do bar o interrompeu – O que foi?

– É o Luffy! – Exclamou enquanto ainda tentava recuperar o ar – Os ladrões da montanha o pegaram…!!

——

Preso pelo pescoço, o garoto não tinha a menor chance. Os pés do garoto pendiam a mais de um metro do chão, pois Higuma segurava Luffy à altura de seu ombro.

– Que corpo engraçado, hein?! – com a mão livre, segurou em uma das bochechas de Luffy e esticou-a – Você se estica todo…

– Seu nojento!! – Higuma ainda puxava a bochecha de Luffy e já era possível ver todos os dentes do lado esquerdo de sua boca. Ele já havia perdido um dente na briga. Sua gengiva sangrava no local. – Você me deve desculpas! Seu desgraçado! – nisso, tentou dar um soco na cara do bandido. Mas Higuma não tinha uma recompensa de oito milhões a toa.

– Homem-borracha… Tsc… – Disse ao conseguir se desviar do soco facilmente. – Cada coisa estranha que existe neste mundo não…?! – E em um rápido movimento, se virou, suspendeu o garoto pela bochecha, passou-o por cima de sua cabeça e o arremessou a mais de quatro metros de distância. Parecia até que o menino era um boneco de pelúcia, tamanha foi a facilidade do ataque. – Parece que descobrimos uma nova espécie. – Virou-se para o seu bando que estava ali assistindo de perto. – E se a gente vender ele pro circo…? Poderíamos ganhar uma boa grana, hein?

– Droga! – Exclamou Luffy ao se recuperar do último ataque que sofrera. Foi então que percebeu que caíra perto de alguns pedaços de pau que estavam encostados no muro de uma casa. Pegou um. Estava furioso, nunca havia ficado desse jeito. Queria matar aquele sujeito. – Você me paga!! – Correu em direção ao bandido, iria utilizar aquele pedaço de pau como um bastão. Queria esmagar a cara do sujeito.

Higuma riu, estava se divertindo com aquela situação. Observou o garoto correr em sua direção. Só estava esperando o momento certo para agir.

– Não insista… – Agora, pensou. E com um movimento preciso, levantou a perna e desferiu uma pisada na cara do Luffy. Sem o menor esforço, conseguiu imobilizar o garoto entre o chão e a sola de seu sapato. A luta acabou. Higuma poderia matá-lo simplesmente pisando em seu crânio com mais força. –Seu moleque! Eu só tava bebendo e conversando com meus homens… O que aconteceu, hein? Eu disse alguma coisa que te incomodou?

– Disse sim!! – Retrucou Luffy, tendo dificuldades pra falar por estar sob a sola de Higuma – Pede desculpas seu verme! E pare de pisar em mim!

——

Assim que soube o que havia ocorrido, o prefeito se pôs a correr de volta ao local aonde tudo acontecera. Logo atrás, Makino acompanhava-o com dificuldades, ainda recuperando o fôlego pela primeira corrida. Logo, avistaram Luffy sendo imobilizado pelo golpe certeiro de Higuma.

– Por favor, soltem o garoto! – O prefeito estava completamente desesperado – não sei o que o Luffy aprontou, e nem tenho a intenção de enfrentar vocês… Se preferirem, posso até pagar em dinheiro… – Então o prefeito se ajoelhou. Sua testa quase tocava o chão e mantinha as duas mãos espalmadas no solo. Era clara a sua posição de súplica. – Mas por favor… poupem a vida dele!!

– Seu prefeito…! – Luffy comentou ao ver aquele senhor se humilhando por ele.

– Viu como gente velha é mais sábia? – Higuma comentou olhando para Luffy, que continuava preso sob seu pé. – Eles sabem como contornar os problemas. Mas agora é tarde! – dessa vez, voltou-se para o prefeito. – Esse moleque não vai se safar. Não é sempre que conseguem me tirar do sério… Mas não vou deixar que um “borrachudo”como esse me faça de idiota! – Pisou ainda mais forte na cabeça do garoto, só para vê-lo soltar mais um urro de dor. – Ele me deixou muito irritado!

– Mas a culpa é de vocês!!! – Luffy insistiu – Seu macaco da montanha!!

– Ok, nada de vender pro circo. – Higuma disse como quem pensava alto. – Depois dessa, vai morrer aqui mesmo!!! – Enquanto falava as últimas palavras, o bandido sacara sua espada, levantou-a quase à altura dos olhos e então começou a baixá-la lentamente. Estava claro para todos os espectadores o que ele estava prestes a fazer.

– Luffy!! – Gritou Makino em completo desespero, sem conseguir pronunciar qualquer outra palavra.

– Por favor!!! Piedade!! – Ao lado da jovem, o prefeito implorou mais uma vez.

O que está acontecendo? – Uma sombra surgiu atrás dos dois. – Bem que achei estranho… – A sombra usava uma capa escura que ia dos ombros até a sua canela. – Ninguém veio recepcionar a gente no porto… – Makino virou-se e percebeu que a sombra usava um chapéu de palha. Seu cabelo era de um tom vermelho sangue.

– Capitão! – a jovem assustou-se.

Ué? São os bandidos do outro dia? – Shanks começou a entender o que se passava ali. Viu o garoto preso embaixo daquele sujeito e abriu um pequeno sorriso – Ô, Luffy! Cadê o seu soco tão forte quanto um tiro de pistola?

– Não enche!! – Luffy resmungou completamente enfurecido com o Shanks.

Piratas… ainda zanzando por aqui? – dessa vez foi Higuma quem falou – Resolveram limpar o chão da vila toda, é?

Shanks começou a andar em direção aos bandidos.

Não sei o que querem, mas é bom fugirem enquanto ainda podem. – Higuma advertiu Shanks. – E se chegar mais perto, vai levar bala, seu otário!

O pirata, mais uma vez, parecia ignorar completamente o líder dos bandidos. Continuo andando no mesmo passo. Parecia quase distraído.

– Não ouviu não?! – Falou um dos capangas de Higuma que estava mais perto do Ruivo. – Parado aí! – Sacou a pistola que estava em sua cintura e apontou para a cabeça de Shanks. – Ou te explodo os miolos, hein?! Há, Há, Há, Há! – Todos os outros ladrões do bando começaram a rir junto com ele, ao verem que o pirata parara.

Se apontou a pistola… – Shanks falara calmamente – Apostou a sua vida.

– Hã?! Do que você tá falando? – O bandido respondeu.

Sem nem olhar para o lado, Shanks levantou calmamente a mão esquerda e apontou com um dos dedos, a arma que o capanga de Higuma mantinha apontada para a sua bochecha direita.

Tô dizendo que essa coisa aí não é brinquedo pra ficar ameaçando os outros…

Mal Shanks acabara de falar isso e o som de um disparo ecoou no local.

Então ele começou a cair… Era impossível resistir a um disparo daqueles, feito à queima roupa. O bandido chegou sem vida no chão. Sem nem ao menos saber o que o atingira.

Shanks continuava imóvel. O atirador, a poucos passos atrás dele também. Em um braço mantinha o revolver ainda em punhos e em posição de tiro, no outro, levava um enorme pedaço de carne à boca. O atirador era muito gordo, usava óculos escuros, tinha um lenço amarrado na cabeça e sua camisa listrada mal tapava sua imensa barriga. Era impossível explicar como ele tinha aparecido ali. Simplesmente aparecera, apontara sua arma e acabara com a vida daquele que ousara ameaçar seu capitão.

Ninguém conseguiu acreditar no que acabavam de presenciar. A mesa tinha virado e os piratas tinham agido. Agora já era possível ver todos da tripulação do Ruivo.

Olha o que você fez seu filho da mãe!! – algum dos bandidos gritou. – Mas que droga! Isso foi golpe sujo!

– Golpe sujo? – Dessa vez foi o imediato do navio que falou. Estava com um cigarro na boca. – Vocês estão brincando, né? Tá vendo algum santo aqui? Nós somos uns malditos de uns piratas!

– Não enche!! – Outro bandido do bando de Higuma gritou. – O assunto aqui nem é com vocês!

– Escutem aqui seus bandidos… – Shanks parecia nervoso pela primeira vez desde que chegara naquela vila, há mais de um ano atrás. – Eu não me importo que taquem bebida ou comida em cima de mim. Podem até cuspir na minha cara, que em geral, eu levo na esportiva. Mas… – Neste instante, dava para perceber claramente que cada palavra que ele pronunciava era de uma seriedade que até então ele não havia demonstrado. – Seja lá qual for a razão, eu não perdôo quem machuca um amigo meu!! – Aquele não era o Shanks calmo e pacifico que todos da vila conheciam. Aquele era Shanks, o Ruivo, capitão de um temível navio pirata. E por entre as três cicatrizes que cortavam seu olho esquerdo, era possível ver o desprezo que ele carregava daqueles bandidos. Era possível ver em seu olhar, que ele estava pronto para matar.

Shanks… – Luffy que ainda estava imobilizado por Higuma, estava completamente surpreso com a reação do pirata.

Há, Há, Há, Há, Há! Não perdoa é?! – Parecia que Higuma não tinha levado o pirata ruivo a sério. Ele não devia ter olhado-o nos olhos. – Um pirata de merda que só sabe boiar no mar, acha que pode enfrentar bandidos de verdade como a gente?! – Voltou-se para o seu bando. –  Acabem com eles, cambada!

– Uooooh!! – Tirando Higuma, todos os bandidos atacaram de uma vez. – Morram!

Deixa comigo. – O imediato do navio se adiantou antes que Shanks agisse. Tirou o cigarro da boca. – Eu dou conta deles sozinho.

Os bandidos correram na direção dele. A maioria empunhava um sabre, mas alguns tinham pistolas. O imediato, carregava uma espingarda presa a cintura e acabara de decidir que para derrotar aquele pequeno grupo de ladrões, não precisaria sequer atirar uma bala. Optara por enfrentar todos os seus opositores, utilizando sua espingarda como bastão.

Assim que o primeiro ladrão chegou perto, reparou que ainda segurava em uma das mãos, o seu cigarro ainda aceso. Num movimento rápido e sem demonstrar nenhuma dificuldade, enquanto se esquivava da primeira lâmina que vinha em sua direção, apagou o cigarro no olho do primeiro sujeito que ousou lhe atacar. O bandido caiu, cego de um olho, no chão. Agora ele tinha as duas mãos livres . Poderia brincar a vontade.

——

Uau… – Ainda sob o pé de Higuma, Luffy estava atônito. Não conseguia acreditar no que vira. O imediato acabava de derrotar sozinho, sem disparar uma única bala, e sem receber um único ferimento, ao menos quinze bandidos. Impossível! Luffy pensou.

– Melhor não nos subestimarem, seu bandidos de merda. – Acendeu mais um cigarro. E dessa vez, apontou sua espingarda para Higuma. – Porque para vocês ganharem de nós, precisariam de pelo menos uma frota da marinha inteira para ajudá-los.

Não era só o garoto que não estava acreditando no que acontecera. Makino, o prefeito e inclusive Higuma estavam de bocas abertas. Era simplesmente inacreditável.

Ei… – Agora Higuma perdera completamente sua ironia e seu ar de deboche. Estava suando, e tremia feito louco. Estava com medo. – Peraí… Quem provocou a gente primeiro foi esse moleque!

– Ah, é, lembrei. A sua cabeça está a premio, né? – Shanks falou, ainda sério e sombrio.

Higuma gelou.

Mas ele não era tão burro assim. Ainda tinha uma carta na manga que pretendia usar. Pelo que vira, sabia que não tinha a menor chance com aqueles piratas. Mas ele ainda tinha o garoto sob seu pé. E ele podia fugir. Só precisava de uma distração.

No momento seguinte, Higuma jogou no chão uma bomba de fumaça que tinha em seu bolso e imediatamente foi encoberto pela cortina de fumaça. Todos foram pegos de surpresa pelo gesto e hesitaram antes de agir. Só foi possível ouvir o garoto resmungando alguma coisa lá do outro lado.

Quando a fumaça se desfez Higuma e Luffy já haviam desaparecido.

– Luffy! – O antes, sombrio e mortal Shanks, ficou completamente desesperado com o sumiço do garoto. Parecia que acabara de perder o bilhete premiado da loteria. Se comportava como uma criança. Colocou as duas mãos na cabeça. – E-e-essa não!! Dei mole!! Levaram o Luffy!! O que eu faço pessoal?!

– Calma capitão! Olha o vexame! É só a gente procurar o garoto! – Respondeu o pirata gordo.

Esse nosso capitão… – O imediato falou enquanto esboçava um sorriso. – Ele é uma figura…

——

Em algum lugar perto do porto, uma pequena canoa acabava de zarpar. Dentro dela, apenas um adulto e uma criança.

– Há, Há, Há, Há, Há!! Foi moleza escapar! – o adulto falou. – Eles nem imaginam que eu, um bandido das montanhas, fugiria pelo mar, né?! Eu te trouxe como refém, mas não preciso mais de você! – Higuma falava com Luffy. – Cinquenta e seis vieram me enfrentar no passado, e eu matei os cinqüenta e seis. Agora serão cinqüenta e sete.

Morra você!!! – Gritou Luffy que estava acuado em um canto, quando para se salvar, tentou atingir um soco no meio das pernas de seu opressor.

Mas novamente, suas tentativas contra Higuma eram inúteis. Ele se desviou facilmente com um movimento de cintura.

– Tchauzinho. – Disse Higuma com um sorriso sádico no rosto, enquanto desferia um pontapé na barriga do garoto. Seu chute fora tão forte que iria fazer o menino ser arremessado para fora dos limites do barco. O bandido tinha esperado por esse momento o dia todo.

Droga!! Droga!! –  gritou Luffy enquanto se contorcia no ar. Já estava no ponto mais alto de sua trajetória até a água, quando gritou suas últimas palavras antes que começasse a se afogar. – Malditos vermes!!! E eu não consegui dar um soco sequer neles!! Que droga!!

Tchibum.

Luffy não sabia nadar.

– Moleque idiota! Há! Há! Há! Há! Há!! – Gargalhou Higuma, enquanto começava a se lembrar daquela tarde agitada.

——

Mais cedo naquele dia, quando os bandidos das montanhas haviam acabado de entrar no bar da Makino, Luffy, que estava sentado perto do balcão, havia fervido de raiva ao ver que todos os ladrões estavam zoando a tripulação do Shanks.

– Vocês sem lembram daqueles piratas? – algum bandido havia comentado entre uma gargalhada e outra. – Um deles ficou encharcado de bebida, e eles não deram um pio! Bando de frouxos!! Há! Há! Há! Há! Há! Há! Há!!

Quando eu vejo um covarde desses… – Higuma havia comentado. – Me dá até raiva! Faltou um pouquinho só pra eu matar aquele cara… Piratas são assim mesmo, só tem pose…

– Cala a boca!! – esbravejou Luffy completamente irritado, interrompendo a conversa dos bandidos. – Pare de falar mal do Shanks!! Ele não é covarde!!!

– Pare com isso, Luffy! – Makino com medo, tentou intervir.

– Não fala mal do bando do Shanks! – continuou Luffy. – Eles são o máximo!!!

E assim havia começado toda aquela confusão.

——

Luffy caiu na água e a correnteza começou a distanciá-lo da pequena canoa. Ao longe, ainda era possível ouvir as risadas sádicas de Higuma.

Há! Há! Há! Há! Há!!

Imediatamente, o garoto começou a ficar fraco. Parecia que toda sua força se esvaia de seu corpo rapidamente. Nos seus últimos esforços, tentou elevar a cabeça para fora da água. Quando conseguiu, sentiu um misto de alivio e de medo. Alivio por conseguir respirar ar fresco novamente e mais ainda, por não estar mais naquela pequena embarcação com o seu raptor. Porque a sombra que ele acabara de ver se erguendo atrás da canoa, fez ele sentir o maior medo de sua vida.

A primeira coisa que conseguira reparar, foi que a criatura que ali estava, era colossal. Ela se elevava a mais de seis metro do nível do mar, e sabe-se lá quantos metros mais para baixo. Seus olhos amarelos, parecidos com os de um crocodilo, tinham o tamanho de uma bola de basquete cada um. Sua boca com quatro metros de largura, facilmente continha uma centena de dentes em cada gengiva, e mais parecia uma gigantesca coleção de espadas.

– Hã? – Higuma notou algo estranho se elevando atrás de si. – Q-que monstro é esse…?! – Foi tudo que conseguiu dizer. Suas últimas palavras.

Aquele terrível monstro destroçou, em somente um ataque, a embarcação e seu atual único tripulante. Enquanto atacava, foi possível ver que o corpo da besta era semelhante ao de uma enguia. Uma enguia absolutamente gigantesca!

Glub…Blub… Luffy voltou a se afogar.

O monstro notou a movimentação no mar a sua frente. Parecia que o jantar ainda não acabara. Restava a sobremesa. E ele ainda estava com fome.

Uaaaah! Glub… – Luffy tentou gritar enquanto ainda lutava do todas as forças para se manter com a boca fora d’água. Ele estava com muito medo. Iria morrer alí. Ou afogado, ou devorado. Não lhe restava salvação. – A-alguém… Socorro!!! Blub…

Quando a enguia gigante estava se aproximando, abriu sua enorme mandíbula para mais um ataque. Esse seria fácil.

Luffy já conseguia ver as presas do monstro acima de si. Sentiu que tudo estava acabado. Fechou os olhos. E a besta, fechou sua mandíbula e sentiu mais uma vez, o gosto de carne humana.

——

Ainda de olhos fechados, Luffy não sabia se estava vivo ou morto. Mas por alguma razão, se sentia mais calmo. Já não estava se afogando. Abriu os olhos e se surpreendeu.

– Shanks! – Nem um segundo havia se passado desde que quase fora comido vivo. Mas ao que parece, o capitão dos piratas havia chegado a tempo de lhe salvar.

O Ruivo segurava Luffy abraçado junto ao corpo. A fera estava a poucos centímetros de distância, pronta para mais um ataque.

Suma daqui. – Disse Shanks com a voz de quem não estava brincando nem um pouco, enquanto olhava diretamente no fundo daqueles gigantes olhos amarelos. O monstro hesitou. Mas a mensagem fora muito clara. Parecia que o pirata havia entrado na cabeça daquela enguia colossal e dito exatamente o que aconteceria caso ela não o obedecesse.

Os olhos da fera se arregalaram, ela havia compreendido a mensagem. O bicho virou-se imediatamente e fugiu o mais rápido que podia.

Luffy estava a salvo.

– Obrigado, viu Luffy… – Disse Shanks para o garoto. Sua voz agora voltara ao mesmo tom sereno de sempre. – A Makino-san me contou tudo. Você enfrentou aqueles bandidos por nossa causa…

– Snif… – Luffy começou a chorar.

– Ô, não chora, não. – Falou o pirata quando percebeu as primeiras lagrimas do garotinho. – Você é homem!

– É que… Shanks… – Luffy agora, mal conseguia falar direito. Não conseguia tirar as palavras de sua boca. Estava chorando compulsivamente. Depois de alguns estantes, conseguiu reuniu a coragem necessária pra falar. – O seu braço!!!

O capitão pirata Shanks, o Ruivo, continuava abraçando Luffy. Mas agora, só conseguia fazer isso com o seu braço direito. Pois fora devagar demais. Não conseguira chegar a tempo. Perdera todo o seu braço esquerdo, no momento em que resgatou o garoto do ataque mortal da enguia gigante.

Todo o lado esquerdo de sua camisa, que originalmente era branca, estava agora, da cor de seu cabelo. Vermelho. Vermelho sangue.

Shanks estava sorrindo.

– Um braço não é nada! É um preço barato… – disse tranquilamente. – Pra ver um amigo meu, são e salvo.

– UAAAAAAAH!!! – Luffy não conseguia parar de chorar.

——

Nessa tarde, Luffy descobriu porque Shanks não o levava em suas jornadas. Aprendeu a dureza que é o mar. Teve consciência de sua própria fraqueza. E acima de tudo, admirou o grande homem que era Shanks. E desejou do fundo do coração, ser como ele um dia.

——

O porto estava agitado naquele dia. Muitas caixas entravam e saiam de um navio em particular. No píer, uma criança conversava com o sujeito que parecia comandar toda aquela agitação.

– É verdade que vocês não vão mais voltar pra essa vila depois de hoje?! – Luffy perguntou surpreso.

Pois é. Ficamos aqui tempo demais. Chegou a hora do adeus. – Shanks respondeu enquanto ajeitava a capa preta, que agora mantinha cobrindo o braço que perdera. – Está triste?

– Ah… Eu tô triste sim… Mas não vou mais pedir pra você me levar, não. – Luffy comentou. – Resolvi que vou ser pirata por conta própria.

– Não ia te levar mesmo, tá? Blé! – o pirata falou enquanto mostrava a língua pro garoto. Adorava implicar com ele – E você nunca vai conseguir ser um pirata! – zombou mais uma vez.

Vou sim!!! – Luffy respondeu gritando, depois de mais uma vez cair na pilha de Shanks. – Um dia, eu vou reunir companheiros tão bons quanto os do seu bando! Também vou encontrar o maior tesouro deste mundo!!!! – Então, aumentou ainda mais a voz para que todo mundo que estivesse ali no porto ouvisse. – E eu vou ser o Rei dos Piratas!!!!

– Ah…! Quer ser melhor do que a gente né? – Shanks parecia estar gostando da atitude do garoto. – Ok, então… – Ergueu sua mão até a cabeça e tirou seu chapéu de palha. – Até lá… Fique com este meu chapéu. É o meu chapéu preferido. – Abaixou-se e colocou o chapéu na cabeça do Luffy.

Apesar se ser apenas um chapéu de palha, aquele era um chapéu bonito. A palha da qual era feita, era dourada e levemente brilhosa. Tinha aba reta, que era do tamanho certo. Nem pequena, nem grande demais, simplesmente proporcional ao seu tamanho. Na base do chapéu, bem aonde a aba encontra o local aonde o chapéu se fixa na cabeça, havia uma fita vermelha costurada por toda sua circunferência. Na cabeça de Luffy, ainda ficava grande. Mas logo ele cresceria.

– Venha me devolver ele, depois que você se tornar um grande pirata. – Shanks completou.

Ao dizer isso, se virou e caminhou de volta ao seu navio. Seus companheiros já haviam terminado os preparativos. Não dirigiu mais nenhuma palavra a ninguém da vila.  Não se despediu. Não precisava.

­- Ele vai ser um dos grandes, hein? – O imediato comentou quando Shanks chegou próximo a ele.

­­- É, eu sei. Ele se parece muito comigo, quando eu era criança. – Respondeu Shanks, não sem sentir uma certa nostalgia. – Ok, galera! Levantar âncoras! Içar velas! Nós estamos partindo!!

——

O barco navegou, navegou e sumiu no horizonte.

Mais uma vez, o vento soprou aqueles piratas para as suas próprias aventuras.

Já a aventura daquele garoto, começaria dali a dez anos, neste mesmo lugar.

——

Céu azul, sol brilhando e poucas nuvens. O dia estava lindo.

A maioria dos moradores da vila, estavam no cais do porto vendo uma pequena embarcação se afastar.

– Enfim ele se foi, senhor prefeito. – Comentou Makino, que apesar de ainda continuar muito bonita, já não era tão jovem quanto um dia já fora. – Vou sentir falta dele.

– É uma vergonha para a nossa vila, isso sim! – Respondeu o prefeito, de braços cruzados em sinal de reprovação. – Onde já se viu, querer ser um pirata?!

– Quem diria que ele ia mesmo, hein?! – Algum morador comentou numa rodinha de amigos.

——

– Hmm! Dia perfeito para navegar pelos mares… – Luffy estava remando para cada vez mais longe da costa. Em sua pequena canoa, não havia mais nada além dos remos e de um barril de água potável.

Desde a última vez que estivera ali, em uma canoa no meio do mar, sua aparência mudara bastante. Havia crescido, mas não tudo que ainda teria para crescer. Suas feições, claramente haviam amadurecido. Já não era mais criança. Além do mais, portava agora, um chapéu de palha que ganhara dez anos atrás. De igual, somente a cicatriz que tinha embaixo do olho esquerdo.

Vestia uma bermuda jeans que batia um pouco acima do joelho e um colete vermelho de botões, sem nada por baixo. Calçava chinelos. Basicamente, quem não o conhecesse, poderia achar que ele era um pequeno pescador solitário.

——

Depois de remar por algum tempo, a água na frente da canoa de Luffy começou a se agitar repentinamente. Instantes depois,  um monstro horrível se ergueu de lá. Era enorme e parecia uma enguia.

– Aí está você, dono do mar! – Luffy falou enquanto se levantava. – Escolheu mal o adversário hoje, hein?! Experimenta o golpe que treinei durante os últimos dez anos! – Se colocou em posição de luta: Mão esquerda no ombro direito. Mão direita baixa ao nível da cintura. Pé esquerdo à frente. – Gomu-gomu-no… – Virou o corpo levemente para a direita. – Pistol!!!

O que aconteceu em seguida, é difícil de acreditar. Em um movimento quase imperceptível, de tão rápido que fora, o braço dele esticou mais de oito metros e o punho do garoto simplesmente saiu como um tiro de pistola, em direção ao rosto da criatura gigante. O impacto foi tão grande, que foi capaz de erguer o corpo do monstro todo para fora da água e fazê-lo voar por pelo menos uns doze metros de distância.

Após o golpe, o braço do Luffy voltou ao normal imediatamente, como se fosse um elástico que havia sido esticado e que acabar de ser liberado.

Quando caiu na água, a enguia gigante fugiu imediatamente.

–  Aprendeu, seu peixe de merda? He, He! – Disse todo contente. – Agora o negócio é arranjar companheiros. Queria uns dez, no mínimo!! – Luffy pensou alto. – E também uma bandeira pirata… É isso aí, hora de partir! – Abriu um tremendo sorriso, ergueu os dois braços e sua intenção era gritar para que todas as pessoas que estivessem no mar pudessem ouvir. – Porque, eu vou ser o Rei dos Piratas!!!!

——

E o pequeno barco foi avançando pelas águas, atrás dos companheiros que o nosso herói ainda não conhecia. Era o começo de uma grande jornada!

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